Inflação alta e juros ‘nas alturas’ dificultam acesso a recursos financeiros

Ante uma inflação – IPCA acumulado em 6,47% este ano e em 5,9% no saldo de 12 meses – e uma taxa básica de juros elevada (Selic) – em 13,75% ao ano – não há dúvida de que o acesso a recursos no mercado financeiro se tornou ainda mais difícil.

Prova disso é que a taxa média do empréstimo pessoal este ano já atingiu 6,96% ao mês (a.m.), o que equivale a uma alta de 0,7 ponto percentual em relação à taxa média do ano passado, de 6,26% a. m, aponta o levantamento do Núcleo de Inteligência e Pesquisas da Escola de Proteção e Defesa do Consumidor do Procon-SP, abrangendo seis instituições financeiras (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú, Safra e Santander), cujo comparativo anual toma por base pesquisas mensais do órgão.

Se considerada a taxa média do início do ano (6,47%) para o final deste (7,56%) o aumento correspondente é de 16,85%, com destaque para a variação mais elevada do Bradesco, cuja taxa média anual alcançou 8,87% ao mês, seguida pela taxa do Itaú, de 8,40%. Em contraponto, a menor taxa média anual coube à Caixa Econômica Federal (CEF), de 4,28% ao mês, 4,59 pontos percentuais inferior à do Bradesco.

A alta das taxas médias dos bancos, assinala o estudo do Procon-SP, é reflexo direto da elevação, por cinco vezes, da Selic pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC), somente durante o período de confecção da pesquisa. De 9,25% ao ano, em 4 de janeiro, a Selic chegou a 13,75% ao ano, no início de dezembro corrente, o que corresponde a uma alta de 48,65%.

Já muito elevada, desde o ano passado, a taxa média do cheque especial atingiu 7,96% ao mês este ano – variação de 0,01 ponto percentual – em que Bradesco, Caixa Econômica Federal, Safra e Santander foram as instituições que registraram taxa média mais alta da modalidade, em torno de 8% ao mês. A menor taxa anual foi apresentada pelo Banco do Brasil (BB), de 7,73% ao mês.

Taxa média de juros empréstimo pessoal – 2022

Fonte: Procon-SP