Ações, Units e ETF's
Inflação dos EUA; tapering e Selic ‘livre’ pautam Ibovespa de terça
Avanço de preços ianques acendem ‘alerta’ do fim antecipado de injeção bilionária pelo Fed; taxa básica pode superar previsão
A expectativa de alta de 0,5% do índice de preços ao produtor dos EUA (PPI, na sigla em inglês) em novembro (acumulada em 9,2% no ano), em comparação ao mês anterior, acabou invertendo a ‘mão’ dos juros futuros ianques nessa terça-feira (14), ‘tensionando’ o mercado em torno da suspensão mais rápida do tapering – programa de estímulo monetário que injeta mensalmente US$ 120 bilhões na economia estadunidense, desde o início da pandemia – pelo Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, que deverá se pronunciar sobre a questão amanhã (15).
A hora da calibragem – Com a eliminação do tapering – que poderá ser antecipado, da previsão inicial, para junho próximo – estaria aberto o caminho para a elevação dos juros pelo Fed, cuja magnitude ainda é desconhecida, tendo em vista conter o aumento da inflação do país, ainda relativamente ‘em linha’ com a meta inflacionária local. Para os mercados, contudo, o que importa é estimar como a autoridade monetária ianque deverá ‘calibrar’ os juros, medida de impacto global.
Ásia em queda – Já no Oriente, as bolsas asiáticas registram quedas, ante o temor recorrente de investidores locais que, no momento, reavaliam os riscos de contaminação, em maior escala, da variante viral laboratorial “o pequeno ômicron’, responsável pelo primeiro caso registrado na China, semanas após seu surgimento na África do Sul. Também chamado de ‘Império do Centro’, o gigante asiático é o país mais populoso do planeta, onde vivem cerca de 1,7 bilhão de almas.
Pequim reprime – Além disso, o mercado oriental também vem se ‘ressentindo’, tanto do iminente ‘aperto monetário’, a ser aplicado, a qualquer momento, por vários bancos centrais pelo mundo, quanto pela iniciativa repressiva de Pequim sobre seu setor imobiliário, em situação pré-falimentar, que pode desbancar em calote generalizado, ao estilo dominó clássico. Como se trata da segunda maior economia mundial, a excessiva alavancagem imobiliária chinesa pode ter reflexos negativos importantes sobre os negócios internacionais.
Europa indefinida – No ‘velho continente’, os mercados apresentaram tendência indefinida na sessão dessa terça (14), sendo negativos para França e Reino Unido, mas positivos para Alemanha e Itália.
Petróleo volátil – Indefinição também ocorre na área das commodities, em que os preços do petróleo no sobe-desce, volatilidade que teria relação com as restrições à mobilidade social (lockdown) impostas na Europa e Ásia, após serem registrados alguns casos de covid-19, não de ômicron, o pequeno susto.
BC vai ‘perseverar’ – Na terra brasilis, destaque para o trecho da ata do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC), segundo o qual “o comitê irá perseverar em sua estratégia até que se consolide, não apenas o processo de desinflação, como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”. O recado é claro, não há previsão precisa de quando a autoridade monetária tupiniquim irá frear o ímpeto altista da taxa Selic (básica de juros), já prevista pelo BC, já inflada pelo mercado para 12,25% ao ano, em 2022.
‘Depende da economia’ – Reforçando a imprevisibilidade da política monetária nacional, o Copom “enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas, e dependerão da evolução da atividade econômica”.
Serviços recuam – Na economia real, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) – setor que mais emprega no país – pelo IBGE, mostrou recuo de 1,2% em outubro, no comparativo com o mês anterior, ‘cravando’ a segunda queda seguida do índice, acumulada em 1.9% nos últimos dois meses, outro sinal de que a economia brasileira estaria ‘desacelerando’, ante o peso da inflação e dos juros, que se retroalimentam entre si.
Recessão à vista – Ante igual mês de 2020, porém, houve avanço de 7,5% no indicador. Sinal de tendência recessiva nessa área vital da economia, quatro dos cinco segmentos de serviços pesquisados pelo instituto tiveram queda no período tratado, com destaque para serviços de informação e comunicação, que recuaram 1,6%, enquanto os serviços ‘tombaram’ 6,7%.
Covid despenca 26% – No diário da covid tupiniquim, nova queda (26%) – para 170 – da média móvel de mortes por Covid em sete dias no Brasil, em comparação com o patamar de 14 dias antes, de acordo com informação do consórcio de veículos de imprensa
‘Bolada’ de R$ 44 bi – A última novidade da PEC dos Precatórios diz respeito à proposta de o Legislativo ‘autorizar’ o governo federal a não pagar suas dívidas judiciais (os precatórios) por 15 anos, e não apenas até 2026, como tratado de início. Dessa forma, a ‘isenção’ governamental coincidiria com o fim do prazo de vigência do teto de gastos. Na ponta do lápis, o Executivo teria carta branca para gastar como quiser uma ‘bolada’ de R$ 44 bilhões em ano eleitoral. A questão deverá ser apreciada pelos parlamentares, no período da tarde de hoje (14).
Centrão ameaça – Como se não se bastasse a bola de neve fiscal perpetrada pelos poderes diretamente interessados no resultado do pleito de 2022, agora, partidos liderados pelo chamado ‘Centrão’ pressionam pelo aumento para R$ 5,7 bilhões do fundo eleitoral, caso contrário, ameaçam o aliado do Planalto com a derrubada do veto presidencial.
Mais ameaças – Mas as ameaças não param por aí, uma vez que o Centrão também avisa que não aceitará mais liberar recursos adicionais para o governo este ano, e muito menos votar o Orçamento de 2022, que precede a análise do referido veto do mandatário de plantão. Ao mesmo tempo, flertando com o eleitorado, o Centrão fez questão de votar o projeto que garante crédito adicional de R$ 300 milhões no Orçamento deste ano, a fim de financiar a concessão de vale-gás a famílias carentes, ainda em 2021.
Marco das ferrovias – Por fim, a agenda legislativa destaca a aprovação, pela Câmara, do marco das ferrovias, pelo qual a União autoriza a construção de novas ferrovias e exploração de serviços de transporte ferroviário pelo setor privado, com prazos de contratos variando entre 25 e 99 anos, prorrogáveis.
Principais indicadores
Estados Unidos (futuro)
Dow Jones, -0,12%.
S&P 500, -0,28%.
Nasdaq, -0,64%
Ásia
Nikkei (Japão), -0,73% (fechado).
Shanghai SE (China), -0,53% (fechado).
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,33% (fechado).
Kospi (Coreia do Sul), -0,46% (fechado).
Europa
FTSE 100 (Reino Unido), -0,02%.
Dax (Alemanha), +0,37%.
CAC 40 (França), -0,02%.
FTSE MIB (Itália), +0,33%.
Commodities
Petróleo WTI, -0,07%, a US$ 71,24 o barril.
Petróleo Brent, -0,05%, a US$ 74,35 o barril.
Minério de ferro, -0,61%, a 650,50 iuanes ou US$ 102,25 (Bolsa de Dalian – China).
Criptomoedas
Bitcoin, -3,52% a US$ 47.383,07.
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