Economia
Inflação dos serviços ‘segura’ alta das taxas de juros futuros
A ponta curta (taxa DI para janeiro de 2024) foi de 12,81% a 12,845%, e a longa, para janeiro de 2027, baixou de 10,155% para 10,12%
Sob o impacto da primeira deflação em dez meses – variação negativa de 0,08% do IPCA em junho, divulgada pelo IBGE – as taxas de juros futuros fecharam em alta, na sessão desta terça-feira (11), depois de subirem quase 12 pontos-base (0,12 pontos percentuais), o que levou o mercado a ser mais contido em sua ‘aposta’ de corte de 0,50 ponto percentual da taxa básica de juros (Selic), na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em agosto.
Como resultante, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 cresceu de 12,81%, no ajuste anterior, para 12,845%; a do DI para janeiro de 2025 subiu de 10,745% para 10,755%. Já a de janeiro de 2026 baixou de 10,115% para 10,095% e a do DI para janeiro de 2027 caiu de 10,155% para 10,12%. Dessa forma, enquanto as taxas curtas apresentaram viés de alta, as longas recuaram, renovando cotações mínimas, nos últimos minutos da sessão de hoje (11).
Desse modo, a acomodação das taxas futuras refletiu a ‘surpresa’ do investidor com o avanço de 0,62% da inflação de serviços, no comparativo mensal, ao passo que os serviços subjacentes subiram 0,67%. De todo modo, a primeira deflação do IPCA no ano se aproximou da mediana de projeções feitas por 35 instituições financeiras consultadas pelo Valor Data, de uma deflação de 0,10%.
Se considerada a média móvel de três meses (já dessazonalizada), a inflação de serviços subjacentes cresceu de 6,08%, no trimestre encerrado em maio, para 6,75%, no mês passado, pelo mesmo critério, o que pode sugerir que a autoridade monetária poderá adotar uma postura de moderação, ao baixar a Selic.
Sob este ângulo, com a inflação dos serviços ‘pressionada’, a taxa básica de juros poderia não mais cair, como quer o mercado, em 0,50 ponto percentual, mas numa menor proporção. Devido às incertezas dos próximos passos do BC, o mais provável é que o corte da Selic fique em torno de 0,25 ponto percentual, com a Selic caindo para 13,50% ao ano.
Ao mesmo tempo, no plano cambial, o dólar futuro fechou em baixa de 0,93%, aos R$ 4,8705, nos contratos para liquidação em 1º de agosto próximo.
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