Economia
Intenção de consumo das famílias cai de 3,1% em abril, para 2,4% em maio
Segundo a CNC, recuo da ICF decorre do alto nível de endividamento do consumidor e dos juros altos
Em decorrência do alto nível de endividamento do consumidor, aliado à persistência de juros elevados (fatores limitantes da renda), a intenção de consumo das famílias (ICF) apresentou queda de 3,1% em abril – quando atingiu 97,1 pontos, maior patamar desde março de 2020 – para 2,4%, recuando a 81,5 pontos, em maio corrente. Ante maio de 2022, porém, o indicador exibiu alta 21,7%
Mesmo estando numa zona considerada negativa – abaixo da marca de 100 pontos – o avanço do consumo seria reflexo da menor taxa de inflação, bem como da melhoria do mercado de trabalho, admitiu a Confederação Nacional do Comércio (CNC), ao divulgar, nesta quinta-feira (18) os dados do setor.
Dos sete itens que compõem o ICF, os melhores desempenhos couberam à ‘avaliação sobre o momento atual em relação à compra de bens duráveis’, que subiu 5,5%, e o relativo ao ‘nível de consumo atual’, que avançou 3,4%, sem contar o quesito ‘renda atual e a perspectiva de consumo’, que cresceu 2,9%. Os demais integrantes do indicador exibiram as seguintes variações: emprego atual (1,6%); perspectiva profissional (1,2%) e acesso ao crédito (0,8%).
Diante de tais números, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, acentuou que as sucessivas quedas da inflação têm ocorrido além do esperado, o que deixa “os consumidores mais dispostos a consumir”.
No comparativo anual, a ICF teve maior influência de componentes como ‘momentos para duráveis’ (35,1%); nível de consumo atual (32,8%); perspectiva de consumo (31,7%); renda atual (27,6%); emprego atual (14,9%); perspectiva profissional (13,9%) e acesso ao crédito (8,8%).
Ao mesmo tempo, a CNC admitiu que o crescimento do ICF deste mês se deve ‘à uma base de comparação muito baixa’, ainda que a avaliação da renda atual tenha crescido 2,9%, levando o indicador aos 115,3 pontos, o maior nível, desde maio de 2015. Em paralelo, o estudo mostrou que 36,5% dos consumidores consideraram sua renda melhor do que há um ano.
Igualmente houve expansão no que toca à satisfação dos brasileiros com o emprego, cujo índice ascendeu a 121,6 pontos – maior nível desde abril de 2015 – como resultante da geração de vagas formais pelo setor de serviços. A contratação de pessoas com menor escolaridade, por sua vez, também contribuiu para que o índice avançasse.
“Houve crescimento de todos os indicadores nas comparações mensal e anual, especialmente por conta das sucessivas quedas da inflação além do esperado, o que tem deixado os consumidores mais dispostos a consumir”, concluiu Tadros.
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