Investimento estrangeiro direto global cai pela metade no 1º semestre

O investimento estrangeiro direto global registrou queda de 49% no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior. Considerando todo o ano, a queda pode chegar a 40%, devido aos temores de uma profunda recessão. A informação foi divulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira, 27.

Pela primeira vez na história, o fluxo de investimento estrangeiro direto para as economias da Europa foi negativo, caindo a -7 bilhões de dólares de 202 bilhões. Para os Estados Unidos, os fluxos caíram 61%, chegando a 51 bilhões de dólares, segundo relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).

O investimento estrangeiro direto global recuou a 399 bilhões de dólares, uma vez que as multinacionais adiaram os investimentos, de acordo com o relatório.

“Os fluxos globais de investimento estrangeiro direto no primeiro semestre deste ano caíram quase para a metade…Foi mais drástico do que esperávamos para o ano todo”, afirmou James Zhan, diretor da divisão de investimento e empreendimentos da Unctad em entrevista à imprensa.

Segundo o diretor, a expectativa é que os fluxos caíam 30% a 40% este ano e “moderadamente” em 2021, entre 5% e 10%.

Os dados cobrem fusões e aquisições internacionais, novos projetos de investimento em greenfield e acordos financeiros para projetos.

Os países industrializados, que normalmente respondem por cerca de 80% das transações globais, foram os mais afetados pela crise, com os fluxos caindo a 98 bilhões de dólares, nível visto pela última vez em 1994, de acordo com o relatório.

Entre os principais beneficiários em 2019, as quedas mais fortes foram nos fluxos da Itália, Estados Unidos, Brasil e Austrália. A China contrariou a tendência, acrescentou Zhan.