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IPCA ‘resiliente’ e expectativa de corte adiado da Selic ‘turbinam’ juros futuros
Percepção do mercado é de que ‘desinflação’ lenta deve prorrogar aperto monetário
A percepção do mercado de maior resiliência à queda do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) – que caiu de 0,71% em março para 0,61% em abril, conforme apontado pelo IBGE – fez com que os juros futuros alternassem um viés de alta, na parte curta da curva, a outro de queda, nos trechos intermediário e longo.
Além disso, a redução mais lenta do índice inflacionário também foi interpretada por analistas como sinal de que o corte da Selic (taxa básica de juros) – atualmente em 13,75% ao ano – pelo Banco Central (BC) poderá demorar mais do que o esperado.
A conjunção desses fatores exerceu pressão altista sobre as taxas de menor prazo, como o contrato DI para janeiro de 2024, que subiu de 13,254% para 13,290%, em linha com o para janeiro de 2025 (11,652% para 11,690%). No polo oposto, houve recuo das taxas dos DIs para janeiro de 2027 (11,346% para 11,270%) e para 2029 (11,713% para 11,600%). Já o DI para janeiro de 2029 apresentou patamar de nove pontos-base abaixo do DI para 2025, de 6,1 pontos acima no pregão anterior.
Também reforça o entendimento do mercado, de que o aperto monetário empreendido pelo Banco Central (BC) se alongará mais do que o previsto, o tom adotado pelo Comitê de Política Monetária (Copom), ao justificar que a manutenção do atual patamar da Selic, “ante a uma dinâmica desafiadora para a inflação, requer paciência e serenidade na condução da política monetária”.
Para o Bradesco, o gradualismo da queda do IPCA “corroborou a análise do BC”, ao passo que o Barclays se posicionou favorável à continuidade da política restritiva (juros elevados) nos próximos meses.
Para o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, “a ideia de que o BC pode cortar menos a taxa Selic, ou pode demorar um pouco mais para cortar, é o que gerou esse ajuste na parte mais curta da curva”, ao acrescentar que “a queda dos juros longos também responde um pouco à visão de que uma política monetária mais restritiva no curto prazo diminui o risco inflacionário no longo prazo, o que desinclina a curva”.
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