Johnson&Johnson entra em fase final para teste de vacina contra Covid-19

A Johnson & Johnson começou nesta quarta-feira um teste final de sua vacina contra Covid-19 com 60 mil voluntários, e agora espera seus resultados até o final de 2020 ou o início de 2021, disse Paul Stoffels, diretor científico da J&J.

A vacina será administrada em apenas uma dose, o que poderia simplificar a distribuição de milhões unidades quando comparada com rivais que usam duas dose, com as concorrentes da Moderna, da Pfizer e da AstraZeneca. As candidatas citadas exigem um intervalo de várias semanas, o que as torna mais difíceis de administrar.

O teste de estágio avançado da J&J será feito em até 215 locais nos EUA, África do Sul, Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru.

As informações foram dadas por Stoffels em uma coletiva de imprensa conjunta com autoridades do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos e do governo Trump.

Dan Barouch, pesquisador de vacinas de Harvard que ajudou a desenvolver a vacina da J&J, falou em entrevista por telefone sobre suas vantagens. “Os benefícios de uma vacina de dose única são potencialmente profundos em termos de campanhas de imunização de massa e de controle pandêmico global”.

“Grande notícia. Várias empresas grandes estão vendo resultados fantásticos. A FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA) precisa agir rapidamente”, comemorou o presidente norte-americano Donald Trump em seu Twitter.

A J&J também publicou nesta quarta-feira um protocolo de estudo detalhado de seu teste de estágio avançado em seu site, movimento que já havia sido feito por três outros fabricantes de vacina nas últimas semanas após pedidos por mais transparência nos testes.

A companhia iniciou o teste de estágio avançado depois de ver resultados positivos em seus testes de estágios inicial e intermediário nos EUA e na Bélgica, disse Stoffels. A J&J afirmou que a divulgação destes resultados é iminente.

O diretor científico da J&J afirmou ainda que a segurança e o nível de proteção do estudo estão de acordo com o que foi visto nos testes da farmacêutica com animais e que os resultados indicaram que uma única dose pode oferecer proteção suficiente “por um longo tempo”.

Stoffels afirmou que o plano é fabricar até um bilhão de doses em 2021 e mais depois desse período.