Julian Assange a um passo da liberdade

Julian Assange, fundador do WikiLeaks, planeja se declarar culpado como parte de um acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, que possibilitará sua libertação após cinco anos de detenção em uma prisão britânica. A informação é de agências internacionais.

Documentos judiciais revelam que Assange enfrenta acusações criminais, incluindo conspiração para obter e divulgar informações de defesa nacional, sugerindo um acordo de delação premiada.

As acusações estão relacionadas a uma das maiores divulgações de informações confidenciais na história dos EUA, ocorrida durante o primeiro mandato do presidente Barack Obama.

Ele é acusado de conspirar com Chelsea Manning, analista de inteligência militar, para divulgar relatórios sobre atividades de guerra no Afeganistão e Iraque, telegramas do Departamento de Estado e avaliações de detidos de Guantánamo através do WikiLeaks.

O acordo foi revelado em documentos judiciais apresentados no Tribunal Distrital dos EUA para as Ilhas Marianas do Norte. Segundo os termos, Assange seria condenado a 62 meses, com crédito pelo tempo cumprido na prisão britânica, permitindo-lhe retornar à Austrália, seu país de nascimento.

Julian Assange

Assange está detido na prisão de alta segurança de Belmarsh, nos arredores de Londres, desde abril de 2019, após ser forçado a sair da embaixada do Equador em Londres, onde viveu em autoexílio por sete anos. Ele luta contra a extradição para os EUA há mais de uma década, buscando garantias de que seus direitos de liberdade de expressão serão respeitados em um julgamento nos Estados Unidos.

Além das acusações anteriores, o WikiLeaks de Assange publicou e-mails hackeados do Comitê Nacional Democrata em 2016, um evento que teve implicações significativas na corrida presidencial daquele ano.

O WikiLeaks

O WikiLeaks é uma organização internacional sem fins lucrativos que se dedica à publicação de documentos confidenciais, vazados por fontes anônimas e whistleblowers (denunciantes). Fundado em 2006 por Julian Assange, o WikiLeaks ganhou notoriedade por divulgar informações sigilosas de governos, corporações e outras entidades que considera de interesse público.

A organização ficou conhecida por suas revelações significativas, como documentos militares dos EUA sobre as guerras no Afeganistão e Iraque, telegramas diplomáticos do Departamento de Estado dos EUA, e-mails do Comitê Nacional Democrata durante as eleições presidenciais de 2016 nos EUA. O WikiLeaks afirma que seu objetivo é promover a transparência governamental e a liberdade de informação, permitindo que o público tenha acesso a documentos que revelam atividades e decisões tomadas por entidades poderosas e influentes.

Desde sua fundação, o WikiLeaks enfrentou críticas e controvérsias, incluindo questões legais relacionadas à publicação de documentos sigilosos e preocupações sobre o impacto das divulgações na segurança nacional e nas relações internacionais.