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Economia

Juros altos e inflação em ascensão produzem 70 milhões de inadimplentes no país

Aperto monetário de quase dois anos levou ao montante de compromissos não pagos de R$ 323 bilhões

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Um contingente de 70 milhões de inadimplentes e 252 milhões de dívidas ativas, perfazendo uma ‘montanha’ de compromissos não pagos que alcança R$ 323 bilhões. Esse cenário financeiro devastador da sociedade brasileira é reflexo direto da política monetária adotada pelo governo no período de quase dois anos, em que a inflação (anualizada em quase 6%, no ano passado) só cresceu e os juros reais a acompanharam de perto (mediante a manutenção da taxa básica de juros, a Selic pelo Banco Central (BC), no elevadíssimo patamar de 13,75% ao ano, desde agosto de 2021).

Essas informações foram divulgadas, nesta segunda-feira (27) constam do Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas da Serasa, ao observar que, pela primeira vez, o país apresenta 70 milhões de adultos em situação de graves dificuldades financeiras (para honrar suas contas em atraso), traduzindo um número histórico de consumidores negativados. Tais endividados, porém, poderão negociar seus débitos, com descontos, no Feirão Serasa Limpa Nome – que teve início hoje (27) e se encerra até o dia 31 de março.

Em meio à impressionante quantidade de 252 milhões de dívidas ativas por CPF, registrada em janeiro último – proporção de um débito para até quatro credores diferentes – a boa notícia é que, em janeiro último, a inadimplência no país recuou (queda de 400 mil), após 11 meses de alta consecutiva, passando a um grupo de 69,43 milhões de brasileiros com restrições de crédito.

Mesmo com a redução de endividados, o volume total da cifra de compromissos não pagos em janeiro chega a R$ 323 bilhões, o que representa uma alta de 3% ante o mês anterior e corresponde ao PIB inteiro do estado de Santa Catarina.

Mais grave ainda é o fato de que o valor médio de contas em atraso também subiu, passando a R$ 4.612,28, em janeiro último, ou elevação de 2,6%, se comparado ao mês anterior.

Ao ressaltar que o ciclo de crescimento da inadimplência teve início em setembro de 2021, o economista-chefe da Serasa Experian, Luiz Rabi, entende que iniciativas, como feirões e mutirões de renegociação de dívidas contribuem para reduzir o nível de inadimplência.

No estudo por estados, em pelo menos quatro deles, mais da metade da população sofre de inadimplência, com destaque para Amazonas (53%); Rio de Janeiro (52%) e Brasília (51%), enquanto nos demais, a proporção é de 43%, em média.

“Estamos no maior patamar de inadimplência no Brasil. Olhando retroativamente, tivemos alguns picos, como no início da pandemia, com 66 milhões de pessoas nessa situação. Mas a inflação e os juros reais ainda são as principais razões. Desde setembro tivemos vários meses em que a inflação anualizada rodou acima dos 10%, o que trouxe um impacto grande para os orçamentos”, avalia Rabi.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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