Juros americanos podem continuar subindo, diz Powell em Portugal

Presidente do Federal Reserve, Jerome Powell disse nesta data que os juros americanos podem continuar subindo. Ele participa de um fórum de política monetária em Sintra, Portugal, que reúne presidentes de Bancos Centrais.

Ele foi muito específico ao destacar a possibilidade de “vários aumentos nas taxas de juros à frente e possivelmente em um ritmo agressivo”. A fala do executivo indica que o fim do ciclo de alta ainda não se encerrou.

A iniciativa de elevação dos juros tem por objetivo conter a inflação nos EUA, como reflexo do dinheiro injetado na economia do país para segurar o tranco da pandemia de covid-19, iniciada em 2020. Agora, os juros altos funcionam como um “aspirador de pó” que traga o excesso de dinheiro em circulação.

Juros americanos

O presidente do Fed disse acreditar que mais restrições estão por vir, e o que realmente está impulsionando isso é um mercado de trabalho muito forte.

A fala do executivo tem relação com o número de contratações versus demissões. O volume de entrada tem sido superior ao volume de saída e isso aliado à média salarial crescente gera ainda mais inflação.

“Assumindo um quarto de ponto por reunião, isso significaria mais dois aumentos”, frisou. Comentários anteriores de Powell apontaram para a possibilidade de os aumentos ocorrerem em reuniões alternadas, embora ele tenha dito na quarta-feira que pode não ser o caso, dependendo de como os dados chegam.

Fed

Vale lembrar que o Fed subiu em cada reunião desde março de 2022, um período que incluiu quatro movimentos consecutivos de três quartos de pontos, antes de fazer uma pausa em junho.

A CNBC, um dos principais grupos de mídia voltado ao setor econômico, reforça que o ponto central para o pensamento atual do Fed é a crença de que os 10 aumentos consecutivos das taxas não tiveram tempo de abrir caminho na economia.

Portanto, as autoridades não podem ter certeza se a política atende ao padrão “suficientemente restritivo” para reduzir a inflação à meta de 2% do Fed.