Economia
Juros do crédito livre sobem para 44,3% ao ano em março
Segundo o Banco Central (BC), taxa é a maior desde agosto de 2017, quando chegou a 45,6% ao ano
Nem a sinalização de final do ciclo de alta da Selic (taxa básica de juros) ou o nível elevado da inadimplência do país foi suficiente para impedir o avanço firme do juro no crédito livre, que voltou a subir, de 44,2% ao ano, em fevereiro, para 44,3% ao ano, em março último, maior nível desde agosto de 2017, quando chegou a 45,6%, informou, nesta quarta-feira (26), o Banco Central (BC). A escalada dos juros pode ser medida pelo fato de a taxa de igual mês do ano passado era sete pontos percentuais inferior, de 37,3% ao ano.
Para Pessoas Físicas, a taxa média dos juros no crédito livre se manteve em 58,3%, na passagem do segundo para o terceiro mês deste ano, o mesmo ocorrendo com relação às Pessoas Jurídicas, em que a taxa continuou em 24,1%.
A única exceção desse ‘festival da carestia’ ficou por conta da ligeira queda do cheque especial, cuja taxa encolheu de 134,2% ao ano para 129,1% ao ano, no mesmo comparativo já mencionado. Também houve redução no que toca ao crédito pessoal, que caiu de 42,2% ao ano para 42,0% ao ano.
Desde 2018, os bancos vêm oferecendo aos clientes a possibilidade de parcelamento das dívidas dessa modalidade de crédito, desde que para débitos superiores a R$ 200. Iniciativa ‘modesta’ para sanha da banca financeira, o Banco Central (BC) passou a limitar a 8% ao mês (151,82% ao ano) os juros do cheque especial.
Redução pífia foi percebida, ainda, nas taxas de financiamento de veículos, baixadas dos 29% ao ano, em fevereiro, para 28,6% ao ano, no mês passado. Em sentido inverso, a taxa do crédito total – que inclui operações livres e direcionadas, às que contêm recursos da poupança e do BNDES – cresceu de 31,2% ao ano, em fevereiro, para 31,6% ao ano, em março, ante 26,9% ao ano, em igual mês de 2022.
Referência que serve para medir a taxa de juros média efetivamente paga pelo consumidor brasileiro em operações de crédito (contratadas no passado e ainda em andamento), o Indicador de Custo de Crédito (ICC) se manteve estável em 22,3% ao ano entre fevereiro e março.
No que toca ao spread – diferença entre o custo de captação de recursos por parte dos bancos e o efetivamente cobrado dos clientes (famílias e empresas) em operações de crédito – este exibiu recuo ‘marginal’, passando de 31,6 pontos porcentuais, em fevereiro, para 31,5 pontos porcentuais, em março deste ano. Já o spread médio da Pessoa Física no crédito livre desceu de 45,6 para 45,2 pontos porcentuais entre os dois meses, enquanto que para a Pessoa Jurídica, o spread médio permaneceu em 11,7 pontos porcentuais.
No que se refere à inadimplência nas operações de crédito livre com os bancos, houve crescimento de 4,5% para 4,6%, no comparativo mensal, o que corresponde ao maior patamar, desde maio de 2018, quando também era de 4,6%. Para Pessoas Físicas, a inadimplência passou de 6,1% para 6,2%.
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