Mercados e Cotações
Juros futuros sustentam viés de alta, após tremores financeiros globais
No país, cresce a expectativa quanto ao início do corte da Selic pelo Copom
‘Sacudidos’ externamente pelo impacto da aquisição ‘relâmpago’ do Credit Suisse pelo UBS e, internamente, pela expectativa crescente quanto à divulgação do ‘dencantado’ arcabouço fiscal prometido pelo governo, os juros futuros apresentam viés de alta, cuja curva, na manhã desta segunda-feira (20), é marcada pela recomposição de prêmios. Neste aspecto, o movimento dos operadores se concentra mais em vértices curtos e intermediários, os quais registraram quedas expressivas nos últimos dias.
No paralelo, proliferam os prognósticos a respeito das decisões iminentes sobre os juros, nos EUA, por parte do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), e no país, pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne na próxima quarta-feira (22).
Em contraponto ao declínio das taxas, na semana anterior, os contratos futuros voltaram a avançar, em meio à busca de ativos mais seguros pelos agentes financeiros. Dessa forma, o contrato DI (Depósito Interbancário) 24 (janeiro de 2024) subia 0,05 ponto percentual (p.p.), a 13,02%; o DI25 (2025) crescia 0,06 p.p., a 12,14%; o DI26 (2026), +0,05 pp, a 12,27%; DI27 (2027), +0,04 pp, a 12,52%; DI28 (2028), +0,04 pp, a 12,74%; e DI29 (2029), +0,04 pp, a 12,97%.
Também como reflexo da compra do Credit Suisse pelo UBS, o Ibovespa Futuro apresentava, na parte da manhã da sessão de hoje (20), trajetória ascendente, avançando 0,22%, aos 102.850 pontos, em contraste com o índice Dow Jones Futuro, que recuou 0,06% e o Nasdaq Futuro, que baixou 0,09%.
Na verdade, a atual quadro de volatilidade ‘controlada’ decorre da ação financeira global capitaneada pelo Federal Reserve (Fed) – o banco central ianque – juntamente com outros cinco bancos centrais, tendo em vista garantir a liquidez do sistema financeiro internacional, ante à crise bancária estadunidense e europeia.
Conforme dados divulgados pelo CME Group, 62% dos analistas apostam que a taxa de juros norte-americana deverá subir 0,25 ponto percentual; outros 38% optam pela manutenção dos juros, antes mesmo de o presidente do Fed, Jerome Powell, anunciar algum ‘alívio’ no aperto monetário do bc estadunidense.
No front interno, a expectativa do mercado é de que o BC mantenha a Selic, nos atuais 13,75% ao ano, em que pese o aumento da pressão do Executivo pela queda da taxa. No entanto, é mais provável que o Copom prefira manter a postura ‘cautelosa’ em relação ao corte da Selic, até que haja ‘convergência’ da inflação com a meta inflacionária.
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