Juros no Brasil é o 2º maior do mundo por decisão do BC

O Brasil tem o segundo maior juros real do mundo, sendo superado apenas pela Rússia, de acordo com uma pesquisa do economista Jason Vieira divulgada na plataforma MoneYou.

O país mantém uma taxa de juros de aproximadamente 6,79% ao ano, o que significa que, descontada a inflação, esse é o custo real do dinheiro para os tomadores de empréstimos e investimentos.

Cenário econômico nacional e global cercado de incertezas

A posição se deve à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de manter os juros em 10,5%, interrompendo o ciclo de redução dos juros que vinha ocorrendo desde agosto do ano passado, quando a taxa estava em 13,75%.

A decisão do Copom foi unânime, com todos os nove membros do colegiado concordando em manter os juros no atual patamar.

A decisão do BC foi tomada considerando o cenário econômico interno, que demonstra resiliência nas atividades, aumento das projeções de inflação e expectativas desancoradas. Além disso, o cenário global de incertezas foi levado em conta na decisão do Copom.

Copom decide manter taxa básica de juros em 10,5% ao ano – Imagem: reprodução

O mercado vinha apostando na interrupção do ciclo de queda dos juros, principalmente devido ao descolamento das expectativas de inflação e ao temor em relação à capacidade do governo em cumprir as metas fiscais.

As projeções do Boletim Focus indicam que a Selic deve encerrar o ano em 10,5%, um patamar mais alto do que se esperava até abril, quando se previa que a taxa poderia chegar a 9%.

A manutenção dos juros em um nível mais elevado que o esperado reflete a necessidade do BC em consolidar o processo de desinflação e ancorar as expectativas em relação às metas de inflação.

A política monetária deve permanecer contracionista por um período suficiente para atingir esses objetivos.

Portanto, o Brasil se encontra com um dos maiores juros reais do mundo, o que impacta diretamente a economia e as decisões de investimento.

A decisão do Copom de manter os juros em 10,5% ao ano sinaliza um cenário de cautela diante das incertezas internas e externas, reforça a importância de estabilizar a economia e controlar a inflação.