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Kodak: a história de uma queda

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Se hoje é possível tirar fotos e fazer vídeos a qualquer momento por meio de um celular, é graças a invenções e pioneirismos que revolucionaram a captação de imagens no passado.

Remontar a evolução da fotografia é, também, relembrar a história da Kodak, marca que ficou mundialmente conhecida e que, apesar da resistência até anos atrás, havia sido fundada há mais de um século, em 1888.

A Kodak surgiu em um período em que as fotos eram tiradas em placas de vidro e, pouco tempo depois, em 1900, ela conseguiu lançar a primeira câmera de filme e o primeiro filme em rolo flexível.

Com tamanho pioneirismo, não demorou para que ela dominasse o mercado, uma realidade que se prolongou durante todo o século 20. As câmeras icônicas e o design diferenciado contribuíram ainda mais para tornar a Kodak uma líder mundial.

Produtos

A marca foi responsável por uma série de inovações, incluindo a primeira câmera de bolso, conhecida como Pocket Kodak. Depois criou o primeiro filme em cores, chamado Kodachrome, em 1935.

A empresa esteve por trás, ainda, da criação da primeira câmera fotográfica com controle de exposição automático e oito velocidades no obturador, a Super Six-20, lançada em 1938.

Ao longo do tempo, a marca foi se aprimorando e sempre buscou inovar. Ela chegou até a era digital, com o lançamento da primeira câmera baseada em uma câmera SLR (Single Lens Reflex), de forma que o usuário passou a visualizar exatamente o que seria capturado na hora da fotografia.

Importância até na saúde

A capacidade de estar à frente do próprio tempo colocou a Kodak em uma posição de destaque até mesmo na área da saúde.

A marca sempre esteve focada em pesquisar e desenvolver novos instrumentos, e isso a fez criar, inclusive, equipamentos médicos de imagem que são utilizados até hoje.

O mais difícil, no entanto, é pensar como uma empresa que conseguiu se manter líder por tanto tempo não resistiu e sucumbiu ao avanço tecnológico da era digital.

Velocidade

A velocidade do setor comprometeu o fôlego da Kodak, e ela, por mais pioneira que fosse, foi perdendo posições rapidamente e, praticamente, sumiu do mercado.

Ao contrário de décadas passadas, quando ela corria isolada na liderança, a concorrência da era digital veio forte demais. Canon, Nikon e Sony, por exemplo, ganharam destaque e conquistaram posições no mundo todo.

E para piorar a situação da Kodak, a popularização dos smartphones e a facilidade oferecida pelas câmeras, cada vez mais avançadas, impactaram negativamente a comercialização de câmeras tradicionais.

Falência

A empresa bem que tentou resistir ao contexto, mas não lhe restou outra opção a não ser decretar falência, o que ocorreu em 2012, depois de 124 anos de fundação.

Desde então, a empresa passou por uma restruturação e mudou os rumos do negócio. A marca começou a focar em outras áreas, como impressão comercial e outras tecnologias relacionadas à imagem.

A Kodak chegou a vender as próprias patentes, durante o processo de recuperação judicial. Um consórcio composto por gigantes de tecnologia, como Google e Apple, compraram as licenças por US$ 525 milhões.

O dinheiro foi utilizado para financiar a reconstrução do negócio eu investir em outras frentes. Em 2020, por exemplo, a Kodak entrou para o ramo farmacêutico.

Com um empréstimo de US$ 765 milhões, fornecido pelo governo dos Estados Unidos, a empresa deu origem à Kodak Pharmaceuticals, uma divisão especializada na produção de componentes farmacêuticos.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com especialização em Comunicação Digital, e que trabalha há 14 anos como repórter e redator

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