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Agronegócio

Mapa propõe extensão do calendário de plantio da soja

Especialistas afirmam que aumento dos dias de plantio pode elevar o risco de doenças na lavoura.

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Com o objetivo de beneficiar produtores de sementes, o Ministério da Agricultura editou uma portaria padronizando o calendário de plantio da soja no Brasil. O Mato Grosso, maior produtor nacional de soja, que antes poderia semear a oleaginosa até o dia 31 de dezembro, agora tem até o dia 3 de fevereiro para fazer a semeadura.

De acordo com o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), o argumento para a extensão do calendário é o combate a Ferrugem Asiática (doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi). No entanto, segundo especialistas, o aumento dos dias de plantio pode elevar o risco de doenças na lavoura na safra 2022/23.

O tema está em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de uma ação protocolada pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), e está aguardando análise da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), se manifestou sobre o assunto essa semana, afirmando ser contra a extensão do calendário. De acordo com a entidade, há possibilidade de ampliar a incidência da doença e de mutações do fungo, já que a soja poderia ficar até 33 dias a mais na lavoura.

Na publicação no site, a Embrapa informa que, “desde 2015 a Embrapa participa… de fóruns de discussão sobre a semeadura de soja em fevereiro no Estado de Mato Grosso. O posicionamento técnico da empresa, assim como da maior parte das entidades, sempre foi contrário à liberação, em razão do grande risco que a extensão da ponte verde”.

Além disso, a indústria de defensivos também pretende recorrer ao STF para que o novo calendário seja derrubado. De acordo com o presidente executivo da CropLife Brasil, Christian Lohbauer, disse à Reuters que, “se a ampliação do calendário for mantida, daqui a 3-5 anos não teremos mais produtos para oferecer como alternativas de combate à ferrugem”.

O presidente afirmou que o plantio até o mês de fevereiro deve ocasionar a proliferação do fungo, causando um problema para a indústria de defensivos, reduzindo a eficácia dos pesticidas contra a doença.

Jornalista desde 2015. Pós graduada em Comunicação e Marketing desde 2020. Contadora de histórias desde sempre.

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