Ações, Units e ETF's
Melhoria de classificação externa do país ‘detém’ avanço de juros futuros
Nota favorável da S&P Global serviu para ‘segurar’ as taxas futuras na sessão desta quinta
No embalo da melhoria de classificação de risco do Brasil (de estável para positiva), na avaliação da consultoria S&P Global, da véspera (14), reforçada, na sessão desta quarta-feira (15), pelo anúncio de redução da gasolina A vendida às distribuidoras pela Petrobras, os juros futuros mantiveram a tendência de queda, em que o mercado encontrou sustentação para dar um ‘alívio de prêmios’, em meio à expectativa de que o corte dos juros pelo Banco Central (BC) é cada vez mais provável e iminente.
Já no exterior, o fator preponderante foi o recuo de 8,3 pontos-base do rendimento dos treasuries (papéis do Tesouro dos EUA) a 3,7146%, sem contar a queda acentuada do dólar. Por aqui, o Tesouro Nacional aproveitou o momento favorável para colocar integralmente os volumes ofertados de prefixados, de 11 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN) e e de 1,5 milhão de Notas do Tesouro Nacional série F (NTN-F).
Sobre o certame, o estrategista de renda fixa da BGC Liquidez, Daniel Leal, assinalou que se tratou de “um leilão de médio para grande, em que os lotes já vinham sendo elevados nas últimas semanas, mas o de hoje ainda sugere emissões de prefixados acima dos intervalos do PAF”.
Sob os fatores citados, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 recuou, de 13,041%, no ajuste de ontem, para 13,025% na sessão de hoje; o DI para janeiro de 2025 teve ligeira alta de 11,12% para 11,14%; e a do DI para janeiro de 2027, cresceu de 10,61% para 10,62%.
Ainda a respeito da repercussão do anúncio da S&P, a ‘aposta’ de analistas é de um ‘rali crescente’ entre os ativos domésticos, que passariam a oferecer ‘prêmios atrativos’, sob o aspecto de risco/retorno, antes seus pares emergentes.
“A sinalização de mudanças estruturais favorece muito a gestão da dívida. O Brasil está numa posição mais confortável do que Rússia, Argentina e Turquia, em termos de fundamento. E tem um mercado maior e mais desenvolvido do que o Chile, por exemplo”, observou Leal.
A partir de agora, a percepção majoritária do mercado é de que, a partir da melhora da gestão da dívida, avanços na questão fiscal e cambial, estaria aberto o caminho para a redução da Selic pelo BC, com base na retração consistente dos preços.
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