Ações, Units e ETF's
Melhoria de risco-Brasil pesa mais que decisão do Fed e juros futuros recuam
Classificação de estável para positiva do país foi determinante para a redução das taxas futuras
Mais do que a manutenção dos juros dos EUA pelo Federal Reserve (bc ianque) – com viés de alta para julho – a melhoria da classificação de risco do Brasil pela agência internacional S&P Global – de estável para positiva (rating ‘BB’) – contribuiu para o recuo das taxas de juros, na sessão desta quarta-feira (14).
Como resultante, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 ‘encolheu’ de 13,065%, no ajuste anterior, para 13,015%; a do DI para janeiro de 2025 diminuiu de 11,165% para 11,075%; a do DI para janeiro de 2026 baixou de 10,58% para 10,465%; e a do DI para janeiro de 2027 foi reduzida de 10,66% para 10,530%. No paralelo, o rendimento dos papéis do Tesouro estadunidense, com vencimento de 10 anos, teve queda de quatro pontos-base, para 3,786%.
A tensão do dia, alimentada pela expectativa da decisão do Fed, teve sua culminância quando a autoridade monetária dos EUA anunciou a manutenção dos juros no patamar atual (entre 5% e 5,25%), que deixou implícita a perspectiva de elevar as taxas, em julho próximo. Tal possibilidade altista, porém, contrasta com o modesto avanço de 0,2%, do núcleo do índice de preços ao produtor (PPI) ianque, no mês passado, enquanto o índice cheio apurou declínio de 0,3%, acima da baixa de 0,1%, estimada por analistas do mercado.
Já no front interno, também cresce a expectativa em torno do corte da taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião do Copom do Banco Central (BC) em agosto, de modo que os juros futuros locais baixaram às mínimas mais acentuadas desde 2021.
No front externo, como já mencionado, a ‘deterioração’ dos rendimentos dos Treasuries, o declínio do dólar, sob influência da desaceleração inflacionária ianque, maior do que o esperado, igualmente se refletiu no recuo dos juros futuros.
Para a analista da Empiricus Research, Laís Costa, “o mercado reage ao PPI americano. São drivers que fizeram a leitura do CPI, que gerou uma leitura mais positiva, pois alguns itens que levaram o dado para cima já estão indicando queda, caso de carros usados. Extraindo isso, tem-se uma figura positiva, reforçando a pausa dos juros hoje. A tendência é de baixa”.
O economista da MCM Consultores, Antonio Madeira, por sua vez, entende que, agora, “o mercado vai esperar a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), seguida da entrevista do presidente da instituição, Jerome Powell. “Ficará de olho para ver como ficará o gráfico das projeções, qual será a expectativa para os juros à frente”.
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