Economia
Menor patamar em oito anos, taxa de desemprego cai a 7,7% em setembro
Segundo PNAD/IBGE, queda decorre do avanço de pessoal ocupado, que soma 99,8 milhões
Patamar mais baixo, desde o trimestre encerrado em setembro em 2015, o desemprego recuou em setembro último a 7,7% da população economicamente ativa, ao apresentar um contingente de 8,3 milhões de desempregados.
Em contrapartida, o mês passado marcou um número recorde de 99,8 milhões de pessoas ocupadas, maior contingente desde o início da série histórica (1º trimestre de 2012), o que representa avanço de 0,9% no trimestre (+929 mil pessoas) e de 0,6% (+569 mil pessoas) no ano.
Já o nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi estimado em 57,1%, crescendo 0,4 ponto percentual (p.p.) ante o trimestre de abril a junho (56,6%), indicando estabilidade no ano.
Maior crescimento do ano – Os dados integram a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada, nesta terça-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao destacar, também, que o emprego com carteira assinada registrou o maior crescimento do ano no mês passado.
Considerando números absolutos, 100 mil brasileiros deixaram de pertencer à classe de desempregados em setembro, ante o trimestre anterior (terminado em junho), além de representar uma redução de 1,1 milhão de trabalhadores, ante o contingente apresentado em setembro do ano passado. Isso corresponde a uma queda de 3,8% no trimestre e de 12,1% no ano.
Para a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, “a queda na taxa de desocupação foi induzida pelo crescimento expressivo no número de pessoas trabalhando e pela retração de pessoas buscando trabalho no terceiro trimestre de 2023”, ao apontar, como maior destaque do levantamento, o aumento do trabalho formal no país.
Expansão da ocupação formal – De acordo com cálculos da coordenadora da PNAD, se comparado ao trimestre terminado em junho, o nível de ocupação no mercado de trabalho cresceu 0,9%. Em números absolutos, o avanço corresponderia a quase 1 milhão (929 mil) pessoas a mais ativas no país, das quais, mais da metade (587 mil) foi contratada com carteira de trabalho assinada. “Isso fez com que a expansão da ocupação formal fosse muito maior que a da informal. Não que a informalidade tenha caído. Chegamos a 39 milhões de pessoas trabalhando na informalidade, o que é um contingente significativo ”, ressalvou Adriana.
No trimestre, igualmente em números absolutos, foram absorvidos pelo mercado de trabalho 631 mil trabalhadores formais e 299 mil informais no trimestre, enquanto a taxa de informalidade atingiu 39,1%, o que demonstra estabilidade, no comparativo trimestral.
Na análise dos dez setores econômicos sob análise na pesquisa, na comparação trimestral, apenas o de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, apresentou alta expressiva no número de ocupados, mediante a absorção de 420 mil trabalhadores. Neste caso, Adriana explica que as contratações do setor tiveram maior demanda pelos serviços financeiros e de locação de mão de obra, que também respondeu pela elevação das contratações formais.
Tecnologia de informação é destaque – “Embora essa atividade tenha se destacado no pós-pandemia por causa dos serviços de tecnologia da informação, agora tem registrado expansões seguidas não só relacionadas a esse segmento, mas também aos serviços de locação de mão de obra, administrativos, jurídicos e financeiros. Além disso, boa parte do crescimento do trabalho com carteira assinada no trimestre veio por meio dessa atividade”, analisou Adriana.
“Entre as atividades, houve expansão significativa do rendimento dos trabalhadores da indústria e da administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais”, concluiu.
No que toca ao rendimento médio real, este atingiu R$ 2.982 em setembro, descontando a variação inflacionária. No comparativo trimestral, o ganho real de rendimento foi de R$ 49, e de R$ 120 no ano, correspondendo a uma alta de 1,7% e 4,2%, respectivamente. Neste tópico, a coordenadora assinala que o aumento do rendimento médio foi impulsionado pelos empregados com carteira no setor privado, empregados no setor público e trabalhadores por conta própria.
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