Minério de ferro desaba com aumento na oferta compensando alívio com demanda

Nesta quarta-feira, o minério de ferro desabou, com o índice de referência na China em queda de mais que 5% em meio ao alívio em preocupações com o aperto na oferta global e com margens em queda na China impulsionando vendas.

O contrato mais negociado do minério de ferro na bolsa de commodities de Dalian, para janeiro de 2021, encerrou em queda de 5,1%, a 796,50 iuanes por tonelada. Este é o menor nível registrado desde 3 de agosto, sendo a maior queda diária em quase seis meses.

Já na bolsa de Cingapura, o material usado na fabricação do aço recuou 3,8%, para 119,15 dólares.

Na China, a demanda por minério de ferro, que responde por mais da metade da produção global, vem dando indícios de forte recuperação desde abril, com usinas elevando a fabricação de aço impulsionadas por medidas de apoio à economia do governo que envolvem incentivos à infraestrutura.

Além disso, as limitações na oferta e sinais de recuperação na demanda por aço em outros países, havia empurrado o minério de ferro para máximas em mais de seis anos nas últimas semanas.

Entretanto, de acordo com dados da SteelHome, os estoques de minério de ferro nos principais portos chineses saltaram na semana passada para o maior nível desde abril, com os últimos números mostrando aumentos nos embarques da Austrália e do Brasil.

“Os preços do minério de ferro provavelmente chegaram a seu pico no curto prazo, uma vez que as margens em queda em alto-fornos começaram a incentivar siderúrgicas a mudar dos finos convencionais para finos blendados, granulados e pelotas”, afirmaram analistas do Citi em nota.

Por outro lado, a expectativa de analistas é que os preços continuem sustentados em 100 dólares por tonelada até o final de 2020.

No aço, os preços também registraram queda nesta quarta-feira, com o vergalhão recuando 1,8% na bolsa de futuros de Xangai.