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Economia

Miríade de fatores favorece alta de juros futuros na sessão de terça

Na ‘ponta curta’, taxa DI subiu para 10,575%, enquanto na ‘longa’, taxa foi a 10,84%

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A sequência do movimento de realização de lucros, iniciado na véspera; a deterioração do cenário externo; o consequente avanço do retorno dos Treasuries de longo prazo (papéis do Tesouro dos EUA); fortalecimento do dólar e, no front doméstico, o pleito dos estados, no sentido de elevar a alíquota do ICMS e as respectivas arrecadações.

Mediante essa ‘sopa’ de fatores, as taxas de juros futuros exibiram viés de alta, na sessão desta terça-feira (21), na ‘na ponta curta’, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 cresceu de 10,475% para 10,575%; a taxa DI para janeiro de 2026 aumentou de 10,19% para 10,33%; o DI para janeiro de 2027 subiu de 10,31% para 10,45% e a do DI para janeiro de 2029 ‘decolou’ de 10,71% para 10,84%.

A iniciativa dos estados, de pleitear uma alíquota maior de ICMS, de modo a garantir maior receito, quando da distribuição do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), acabou pressionando, não somente as taxas DI, mas também aquelas das Notas do Tesouro Nacional (NTN-B) no mercado secundário.

Incerteza cresce – Na avaliação do economista-chefe do Banco BMG, Flávio Serrano, “isso traz mais incerteza para o quadro inflacionário”, ao emendar que, “enquanto a decisão se restringia a estados do Nordeste, o impacto não era tão grande, mas agora vemos outros, mais parrudos, em processo de adesão”.

Exemplo disso, logo após o Rio Grande do Sul ter admitido elevar a alíquota do tributo estadual, de 17% para 19,5%, outros cinco estados das regiões Sul e Sudeste tomaram o mesmo caminho, conforme carta assinada pelos secretários da Fazenda de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Paraná, além do próprio Rio Grande do Sul. A iniciativa deverá ser acompanhada pelos estados do Centro-Oeste.

Após o impulso inicial dado pelo leilão de US$ 15 bilhões em títulos atrelados à inflação (Tips) de dez anos – promovido pelo Tesouro ianque – com demanda abaixo da média, as taxas locais renovaram máximas, ante a valorização do dólar, sob influência do tom relativamente hawkish (duro) da ata do Fed (Federal Reserve), o bc ianque, que deverá manter o aperto monetário estadunidense por algum tempo, até que se tenha ‘mais provas’ de que a inflação local esteja, de fato recuando a 2% ao ano. Em outubro último, o núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês), em 12 meses, avançou 4%.

Para o economista-chefe da Traad, Leonardo Cappa, a ata do Fed explicita que um ciclo de corte de juros não está no horizonte de curto prazo da instituição, além de comentar que ‘a precificação’ da curva, que mostra 59% de chances de queda em maio, é otimista. “A barra para reduzir juros no primeiro trimestre é alta. Para o Fed indicar quando vai começar a cortar, é necessário que os núcleos de inflação estejam abaixo de 3%”, observou Cappa.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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