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Economia

O Open Finance e o "efeito Pix": por que a revolução bancária ainda não aconteceu

Entenda por que o Open Finance enfrenta obstáculos em sua implementação no Brasil, e como o sucesso do Pix pode ter influenciado as expectativas dos usuários.

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O Open Finance, celebrando seus três anos de existência, busca consolidar sua presença em um cenário financeiro cada vez mais digital. No entanto, uma questão paira sobre sua trajetória: por que o Open Finance ainda não decolou como seu “irmão mais novo”, o Pix?

A ilusão do instantâneo e eficiente: Pix como pioneiro

O Pix, com sua taxa de aprovação robusta de aproximadamente 70%, conquistou rapidamente os corações e mentes dos brasileiros. Desenvolvido e implementado pelo Banco Central, o Pix ofereceu uma experiência ágil e descomplicada, tornando-se a primeira etapa da jornada de digitalização dos pagamentos.

Gustavo Bresler, diretor de operações da fintech Iniciador e membro do Grupo de Trabalho de UX do Open Finance, destaca a importância do Pix como precursor essencial para iniciativas subsequentes, como o Open Finance e o Drex.

Ele enfatiza que a eficiência do Pix foi alicerçada em sua concepção centralizada e no desenvolvimento direto pelo Banco Central, simplificando sua implementação e adoção.

Open Finance: a complexa jornada da revolução financeira

Ao contrário do Pix, o Open Finance se apresenta como um ecossistema mais complexo, onde as instituições financeiras têm espaço para criar seus próprios caminhos, com o Banco Central atuando principalmente como regulador.

Essa flexibilidade, embora ofereça oportunidades de inovação, resulta em uma implementação mais gradual e menos uniforme.

Bresler ressalta a dificuldade na experiência do usuário ao conectar contas e destaca que, até o momento, muitas funcionalidades do Open Finance ainda não foram plenamente exploradas pelos usuários, impedindo uma validação efetiva de sua utilidade.

O “efeito Pix”: expectativas elevadas e desafios a superar

A grande verdade é que o Pix, com sua simplicidade e eficiência, criou um novo padrão de expectativas para os usuários brasileiros. Essa mudança de paradigma pode ter contribuído para uma certa impaciência em relação à adoção mais ampla do Open Finance.

Bresler argumenta que os bancos enfrentaram desafios ao lidar com os dados disponibilizados pelos clientes no Open Finance, inicialmente sem uma compreensão clara de como utilizá-los. Esse cenário gerou uma espécie de dilema “ovo e galinha”, onde a necessidade de compreensão dos dados pelos bancos precede seu uso eficaz.

2024: um novo capítulo para o Open Finance

Com a entrada em vigor, em março de 2024, do Manual de Monitoramento do Open Finance pelo Banco Central, novas medidas serão estabelecidas para avaliar o progresso e a qualidade dos serviços oferecidos pelas instituições financeiras. O documento busca trazer mais clareza e eficácia ao ecossistema do Open Finance.

Uma funcionalidade aguardada é o lançamento das transferências inteligentes, previsto para 15 de abril. Essa inovação permitirá movimentar dinheiro entre contas sem a necessidade de uma transferência convencional, proporcionando maior flexibilidade aos usuários.

Com esses avanços, 2024 promete ser o ano em que o Open Finance conquistará terreno, superando desafios e oferecendo uma gama mais ampla de serviços financeiros. A revolução bancária continua, e o Open Finance se prepara para assumir seu papel integral na transformação digital do setor financeiro brasileiro.

Bruna Machado, responsável pelas publicações produzidas pela empresa Trezeme Digital. Na Trezeme Digital, entendemos a importância de uma comunicação eficaz. Sabemos que cada palavra importa e, por isso, nos esforçamos para oferecer conteúdo que seja relevante, envolvente e personalizado para atender às suas necessidades. Contato: bruna.trezeme@gmail.com

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