Economia
O que impede os Millennials de conquistarem a casa própria?
Os millennials, a geração Y, enfrentam dificuldades para adquirir casas próprias, essa realidade é mais resultado de desafios econômicos do que de escolhas.
Com uma reputação frequentemente rotulada de mimados, os millennials, cuja faixa etária varia de 27 a 43 anos, tendem a permanecer na casa dos pais por mais tempo. Mas, por que essa geração, também conhecida como geração Y, reluta em adquirir imóveis próprios?
Na realidade, essa dinâmica não é tanto uma questão de escolha, mas sim uma consequência da difícil situação econômica que afeta tanto o Brasil quanto o resto do mundo e que impacta de forma particularmente severa os millennials.
Os preços dos imóveis têm aumentado consideravelmente em várias regiões, tornando a aquisição de uma casa inacessível para muitos millennials, especialmente para aqueles com salários iniciais.
Alguns preferem a mobilidade que o aluguel oferece, permitindo-lhes mudar de emprego ou cidade com mais facilidade. Também se preocupam com a pegada ambiental da propriedade e optam por soluções de habitação mais sustentáveis.
Embora os millennials tenham tido acesso maior à educação do que as gerações anteriores, o grupo nascido entre 1980 e 1996 enfrentou desafios, como a recessão global após a crise financeira de 2008 a 2009.
No Brasil, a situação não é melhor, pois o país passou por um período de contração econômica a partir de 2014, e a pandemia de Covid-19 veio agravar ainda mais a situação econômica.
Esses fatores combinados tornam a aquisição de uma casa própria um desafio para muitos millennials, levando-os a adiar ou reavaliar a ideia de propriedade.
Veja o que os estudos revelam
Após a pandemia, ocorreu uma mudança no cenário norte-americano, onde 51,5% dos millennials agora possuem suas próprias casas.
No entanto, os millennials continuam atrás de suas gerações anteriores: aos 30 anos, apenas 42% deles eram proprietários de casas, enquanto a porcentagem aumenta para 48% na geração X (1965-1980) e 51% nos baby boomers (1946-1964).
No Brasil, o estudo “Tendências de Moradia” de 2023, realizado pelo DataZAP do Grupo OLX, revela que os millennials representam apenas 16% dos compradores de imóveis, enquanto a geração X e os baby boomers compõem 82% desse grupo.
No mercado de aluguel, os números são diferentes, com os millennials representando 27% dos inquilinos, ficando atrás apenas da geração X, que compreende 42%. As causas dessa situação são multifacetadas.
Segundo uma pesquisa do IBGE divulgada em maio de 2023, a taxa de desemprego entre pessoas de 25 a 39 anos é de 8,2%, enquanto na faixa dos 40 a 59 anos a porcentagem cai para 5,6%.
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