ONS revisa para cima demanda por energia em setembro mesmo com pandemia

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) elevou suas previsões para a demanda por energia do Brasil e estimou que o avanço em setembro será de 2,1% em relação ao mesmo mês de 2019, à medida que o país vem se reerguendo dos impactos causados pela pandemia de Covid-19.

Para o principal centro de consumo de energia e polo de atividade econômica, o Sudeste, o ONS passou a projetar crescimento de 1,3% na carga na comparação com setembro do ano anterior, ante queda de 0,8% prevista na última estimativa.

Já para a região Sul, as expectativas de elevação da carga são de 5,8% neste mês, ao passo que para o Norte o operador espera alta 5,4%, mostraram os dados publicados nesta sexta-feira. O país vive um relaxamento gradual de medidas de isolamento adotadas para conter a disseminação do vírus.

A expansão prevista na semana passada era de apenas 0,5% na demanda em todo o sistema elétrico interligado, com avanço de 5% no Sul e de 3% no Norte.

Somente para o Nordeste foi prevista contração, que segue sendo de 0,5% na carga com no levantamento anterior.

O melhor desempenho previsto para o consumo de eletricidade vem após uma demanda praticamente estável na comparação anual em julho e agosto, de acordo dados preliminares da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Em abril, a carga de energia despencou 12%, para depois iniciar uma recuperação gradual. Abril foi primeiro mês inteiramente sob impacto de quarentenas adotadas em Estados e municípios brasileiros para combater o coronavírus.

Dados da CCEE na quinta-feira mostraram que a recuperação no Brasil em termos de uso de eletricidade, inclusive, tem sido mais rápida que em outros países duramente atingidos pela pandemia, como Reino Unido, França, Espanha e Itália.

Geração de energia

Sobre as chuvas nas proximidades das hidrelétricas, principal fonte de geração do Brasil, o ONS projetou que elas devem chegar a 72% da média história no Sudeste em setembro, região onde ficam localizados os principais reservatórios. Na semana passada, a estimativa era de 77%.

Já na segunda região com mais reservatórios, o Nordeste, deve chover 68% da média histórica, mantendo a previsão anteirior.

Após enfrentar uma seca recentemente, o Sul deve registrar precipitações equivalentes a 59% da média, frente a 72% do último levantamento.