Pagou um boleto recentemente? Então você precisa ler isso AGORA

O avanço da tecnologia nos sistemas de pagamento bancário trouxe mais praticidade, mas também abriu espaço para o surgimento de novas modalidades de fraudes financeiras.

Um dos crimes que mais preocupam atualmente é o chamado golpe do boleto falso, prática que tem se sofisticado e afetado milhares de brasileiros.

Utilizando técnicas avançadas de engenharia social e manipulação de dados, os criminosos conseguem gerar boletos fraudulentos com aparência legítima, o que faz com que muitas vítimas só percebam o golpe após a conclusão do pagamento.

Essas fraudes ocorrem principalmente em contextos de negociação de dívidas, financiamentos ou compras online, onde o consumidor, acreditando estar quitando uma obrigação, acaba direcionando o valor a contas controladas por estelionatários.

O golpe é especialmente eficaz por explorar falhas de segurança digital, tanto dos usuários quanto das próprias instituições financeiras, além da exposição indevida de dados pessoais sensíveis.

Como o golpe do boleto é aplicado?

Criminosos conseguem emitir boletos personalizados com base em informações reais da vítima, como nome, CPF, valor do contrato e endereço.

Esses dados, muitas vezes obtidos por vazamentos em sistemas de empresas ou instituições financeiras, tornam os documentos falsos extremamente verossímeis.

O envio costuma ser feito por e-mail, WhatsApp ou sites falsos, que imitam com perfeição páginas de bancos e financeiras.

Foto: iStock

E o responsável em caso de fraude, quem é?

A responsabilidade das instituições financeiras tem sido amplamente debatida nos tribunais. Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), os bancos e financeiras devem zelar pela segurança patrimonial dos clientes e garantir a eficácia das operações eletrônicas.

A Súmula 297/STJ e a Súmula 479/STJ reforçam a responsabilidade objetiva dessas instituições em casos de falhas na prestação de serviços que resultem em prejuízos ao consumidor.

Como se proteger e o que fazer se for vítima?

Para reduzir os riscos, os consumidores devem adotar medidas de prevenção digital, como:

• Evitar clicar em links recebidos por fontes desconhecidas;
• Emitir boletos apenas em sites oficiais das instituições;
• Verificar atentamente os dados do beneficiário, como CNPJ, nome e código de barras;
• Desconfiar de ofertas com urgência para pagamento ou com valores abaixo do mercado;
• Utilizar dupla autenticação nos acessos bancários e manter os dispositivos protegidos.
• Caso o golpe seja identificado após o pagamento, é fundamental:
• Notificar imediatamente o banco ou instituição envolvida;
• Registrar boletim de ocorrência;
• Informar o credor real, se for identificado;
• Guardar todos os documentos e comprovantes relacionados;
• Procurar o Procon e considerar consultoria jurídica especializada.

Papel da LGPD na prevenção de fraudes

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) reforça a obrigatoriedade de as empresas protegerem os dados dos consumidores.

Com ela, instituições que falharem na proteção dessas informações podem ser responsabilizadas legalmente por danos materiais e morais causados por uso indevido.

Isso cria uma camada adicional de segurança para os cidadãos, ao mesmo tempo em que pressiona as empresas a investirem mais em segurança da informação.

Em tempos de digitalização acelerada, reconhecer os sinais de um boleto falso e adotar práticas seguras é a melhor forma de proteger seu dinheiro e evitar dores de cabeça futuras.

O combate às fraudes começa com a conscientização e, acima de tudo, com o reforço da responsabilidade compartilhada entre instituições e consumidores.