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Petrobras: Magda Chambriard esclarece sobre Margem Equatorial e fertilizantes; veja

Companhia é uma empresa de capital misto.

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A nova presidente da Petrobras (PETR3; PETR4), Magda Chambriard, afirmou ontem que o avanço das atividades exploratórias na costa brasileira, incluindo a Margem Equatorial, é crucial para assegurar a segurança energética do país e o abastecimento interno de combustíveis. Em sua primeira entrevista após tomar posse, ela discutiu a situação do plano de exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, que enfrenta resistência do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

Magda destacou o compromisso da Petrobras de alcançar a neutralidade de carbono até 2050. “O MMA precisa entender melhor a necessidade do país e da Petrobras de explorar petróleo e gás para liderar a transição energética. Estamos investindo significativamente em projetos de captura de CO2, produção de energia renovável e derivados de petróleo verdes, além de esforços no desenvolvimento do hidrogênio. Vamos diversificar nossas fontes de energia”, afirmou.

A Margem Equatorial, que se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá, incluindo as bacias do Rio Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar, é vista como uma área de grande potencial pelo setor de óleo e gás. No Plano Estratégico 2024-2028, a Petrobras alocou US$ 3,1 bilhões para pesquisas nessa região, com a meta de perfurar 16 poços em quatro anos.

Petrobras (PETR3; PETR4)

A exploração de petróleo na foz do Amazonas preocupa grupos ambientalistas devido aos possíveis impactos na biodiversidade. Em maio do ano passado, o Ibama, vinculado ao MMA, negou à Petrobras permissão para perfuração no bloco FZA-M-59. A Petrobras pediu reconsideração, mas o Ibama exigiu estudos de impacto sobre povos indígenas, o que a empresa considera ilegal nesta fase do processo.

Magda ressaltou o compromisso da Petrobras com a sustentabilidade. “Oferecemos cuidados ambientais que excedem as exigências legais”, afirmou, citando o histórico da empresa com o Programa Nacional do Álcool (Proálcool) como prova de sua dedicação ambiental. “Críticas afirmavam que a Petrobras perderia dinheiro com o Proálcool, mas hoje o etanol é mais econômico que a gasolina em muitos estados. A energia renovável tem um valor significativo, atraindo financiamentos mais baratos e demonstrando nosso compromisso histórico nesse setor”, explicou.

Magda também falou sobre o cancelamento da venda de cinco refinarias, destacando a importância de manter o controle sobre o mercado de refino e investir em biocombustíveis. “Desistir do mercado de refino seria ilógico, como mostram investimentos em expansão por grandes empresas internacionais”, afirmou.

Produção

Ela mencionou que a Petrobras atingirá um pico de produção em 2030, com dificuldades previstas para a reposição de reservas a partir dessa data. “Precisamos manter e acelerar os esforços exploratórios. É uma questão de segurança nacional”, declarou.

Magda também defendeu a participação da Petrobras no desenvolvimento da indústria nacional de fertilizantes, mencionando o contrato com o Grupo Unigel, que está sob escrutínio do Tribunal de Contas da União (TCU). “O Brasil importa 80% dos fertilizantes que utiliza, muitos deles nitrogenados, produzidos com gás natural que vendemos. Queremos desenvolver esse mercado, mas de forma lucrativa”, disse.

O contrato com a Unigel, firmado em dezembro de 2019, permitiu a retomada da produção em duas fábricas de fertilizantes arrendadas pela Petrobras. No entanto, a produção foi interrompida no ano passado devido à falta de sustentabilidade econômica. O TCU questionou o contrato, estimando um prejuízo de R$ 487,1 milhões em oito meses. Magda afirmou que a Petrobras está comprometida em esclarecer as dúvidas do TCU e mostrar que fertilizantes são um bom negócio. “Ninguém aqui vai rasgar dinheiro”, afirmou.

Magda Chambriard viajará para São Paulo, retornando a Brasília em 10 de junho. Após o feriado de Corpus Christi, ela participará de um seminário no Vaticano e tentará uma audiência com o Papa Francisco para obter apoio à proposta de taxação dos super-ricos, apresentada pelo Brasil na presidência do G20.

(Com Agência Brasil).

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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