Ações, Units e ETF's
Petrobras reajusta preço do querosene de aviação, mas ações de aéreas ‘decolam’
Elevação do valor do QAV em 17,1% não impede valorização de papéis da Gol e da Azul
Em contraste com o anúncio pela Petrobras, horas antes, do reajuste médio de 17,1% do querosene de aviação (QAV) vendido pela estatal às distribuidoras, as ações de algumas das principais companhias aéreas nacionais chegaram a liderar as altas do Ibovespa (índice da bolsa brasileira) nesta quinta-feira (2), como é o caso da Gol (GOLL4) e da Azul (AZUL4), com valorização de 9,51% e 6,8%, respectivamente.
Uma das explicações para o desempenho favorável às aéreas no mercado de capitais, a despeito da alta expressiva do QAV, pode estar relacionado à queda da cotação internacional do petróleo, assim como no recuo do dólar, cuja cotação ficou abaixo de R$ 5.
Como de praxe, a petroleira argumentou que “os ajustes de preços do QAV são mensais e definidos por meio de fórmulas contratuais negociadas com as distribuidoras”. No início de janeiro último, o valor do insumo aeronáutico foi reduzido em 11,6%. Em consequência, pelos cálculos da estatal, o QAV acumularia uma alta de 3,5% este ano.
Em comunicado, a petroleira explica que “os preços de venda de QAV da Petrobras buscam equilíbrio com o mercado e acompanham as variações do valor do produto e da taxa de câmbio, para cima e para baixo, com reajustes aplicados em base mensal, mitigando a volatilidade diária das cotações internacionais e do câmbio”.
A dinâmica desse mercado consiste na comercialização às distribuidoras, do QAV produzido pela Petrobras em suas refinarias. Cabe às distribuidoras, por sua vez, transportar e comercializar o insumo às empresas de transporte aéreo, consumidores finais nos aeroportos ou a revendedores.
Estudo elaborado pela Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear) aponta que, se comparado ao valor cobrado às distribuidoras, em fevereiro do ano passado, o QAV sofreu um aumento de 37,8%. Em nota, a entidade destaca que, “recente levantamento da Abear mostra que, em dezembro de 2022, o preço médio do QAV na bomba no Brasil foi quase 45% superior ao cobrado nos Estados Unidos”. Majorações à parte, o preço do QAV constitui o maior desafio das companhias aéreas nacionais, pois equivale a 40% de seus custos totais.
O presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, por sua vez, ressalta que “a volatilidade da cotação do dólar também é preocupante, pois mais de 50% dos custos são dolarizados. É por isso que a Abear tem ampliado sua interlocução com o Poder Público, criando mesas de diálogo permanente com ministérios como o da Fazenda, de Portos e Aeroportos, do Turismo e com a Embratur”.
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