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Agronegócio

Petrobras, Tarcísio e safra rodando. Não falta mais nada para evaporar o etanol

Etanol frustrou expectativa dos produtores de recuperar competitividade e açúcar tem tendência de voltar a ser pressionado

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É bom o açúcar voltar a conquistar altas em Nova York e deixar as baixas de três meses que alcançou no meio da semana anterior. Até que está tentando desde sexta (mais de 1%, a 23,11 c/lp, nesta segunda), mas o conjunto de fundamentos do Brasil não deixa muita expectativa para as usinas fora ajustes.

A começar pelo etanol, que sofreu duplo revés e neutralizou a volta dos impostos federais (PIS/Cofins) que abalaria mais a gasolina que o renovável.

Na sequência de nova redução da gasolina nas refinarias da Petrobras, a segunda em 15 dias, o governo paulista Tarcísio de Freitas engessou mais a falta de competitividade do etanol.

No conjunto, “frustrou o setor”, avalia Martinho Ono, CEO da SCA Trading.

Feitas as contas, o ICMS em São Paulo encarecerá em torno de R$ 0,10 a R$ 0,15 o litro de etanol na boba, com a taxa saindo de 9,57% para 12%.

Com os dois cortes da Petrobras da gasolina, que Ono quantifica em menos R$ 0,27 nas vendas as distribuidoras, foi para o espaço o benefício que o biocombustível aferiria sobre o concorrente, com o fim da isenção federal.

A previsão era de aumento de R$ 0,24 por litro, contra R$ 0,71 do combustível derivado de petróleo.

Na sexta, as distribuidoras de Paulínia já venderam o litro do etanol hidratado com redução de 1,07% (R$ 2,59). No acumulado da semana, também pelo Cepea, a usina testou alta de 0,89% (R$ 2,5352), captando a expectativa da reintrodução do PIS/Cofins.

Enquanto isso, a safra de cana do Centro-sul vai rodando bem, com tempo aberto, e a produção de açúcar, que já vem em elevação, de acordo com os dados da 1ª quinzena de junho levantados pela Unica, fica sob pressão por conta do desvio da produção de etanol, que deverá ser maior.

E não tem demanda internacional explosiva, inclusive com o setor preocupado com a situação econômica chinesa em clima de dúvida.

Com mais de 40 anos de jornalismo, sempre em economia e mercados, já passou pelas principais redações do País, além de colaborações para mídias internacionais. Contato por e-mail: infomercadosbr@gmail.com

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