Petróleo compensa perdas da véspera, mas fecha semana em queda

Num movimento de recuperação parcial das perdas expressivas (de até 5%) da véspera (16), os contratos futuros de petróleo exibiram alta, na sessão desta sexta-feira (17), o que não impediu que estes fechassem a semana no ‘vermelho’, como reflexo das reiteradas preocupações com a demanda mundial.

Como reflexo, o tipo WTI, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), para dezembro encerrou as negociações com avanço de 4,06% (+US$ 2,97), a US$ 76,06 o barril – acumulando perda semanal de 1,43% – enquanto o tipo Brent, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), valorizou 4,12% (US$ 3,19), a US$ 80,61 o barril, perdendo 1% na semana.

No país, subiram as ações: Petrobras (PETR3, R$ 39,52, +4,22%; PETR4, R$ 36,71, +3,26%), 3R Petroleum (RRRP3, R$ 32,60, +2,87%), PetroRecôncavo (RECV3, R$ 19,66, +3,36%) e PRIO (PRIO3, R$ 46,48, +2,54%) figuraram entre as maiores altas do Ibovespa na sessão desta sexta, após queda na véspera.

Dólar fraco e cortes da Opep – No último dia da semana, o preço da commodity avançou, em meio ao enfraquecimento do dólar no exterior, e a especulações de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) teria admitido aplicar novos cortes adicionais na oferta do insumo energético, a partir da próxima reunião do cartel, prevista para o fim deste mês, num cenário marcado pela tensão em torno da demanda global, devido a um possível excedente para o próximo ano.

Face à terceira semana seguida de perdas do petróleo, a despeito da guerra em Israel, a empresa de pesquisa econômica britânica Capital Economics, acentua que “o mercado petrolífero parece estar mais bem abastecido do que se esperava anteriormente”, acrescentando que “o fato de os preços do Brent estarem no patamar inferior a US$ 80 deve pressionar grandes produtores, como Arábia Saudita e Rússia, a adiarem suas programações de cortes, e à Opep+ a buscar alternativas que impliquem redução de oferta”.

Já a empresa de consultoria Marex destaca que a alta do petróleo, nesta sexta (17), como compensação à queda da véspera (16), sugere um viés predominante de queda de preços. Em nota a clientes, a consultoria avalia que a alta dos estoques de petróleo nos EUA atesta um setor bem abastecido do lado da oferta, a exemplo dos estoques mantidos em Cushing, que estariam 4 milhões de barris mais elevados do que a média, desde outubro último.