Petróleo deve continuar perto de US$40 com cortes de oferta e demanda incerta, diz pesquisa

De acordo com uma pesquisa da Reuters divulgada nesta terça-feira, os preços do petróleo não devem sofrer grandes modificações neste ano, mas devem subir levemente em 2021, refletindo os efeitos dos cortes de produção no mercado e as incertezas da demanda ligadas à pandemia de coronavírus.

Realizado com 43 analistas e economistas, o levantamento estima que o petróleo Brent, referência global, será vendido a uma média 42,75 dólares por barril em 2020, ficando acima da projeção feira em julho de de 41,50 dólares, e próximo ao preço médio de 42,60 dólares registrado no ano até o momento. Em 2021, o Brent deve ser negociado por cerca de 50,45 dólares.

Para o chamado WTI, o o petróleo nos EUA, a estimativa para 2020 é de 38,82 dólares por barril, aumento em reação a 37,51 dólares projetado em julho.

Contudo, deve haver redução na demanda global neste ano, com recuo de cerca de 8 a 10 milhões de barris por dia, frente o consenso de 7,2 milhões a 8,5 milhões de barris por dia em julho.

“Harry Tchilinguirian, chefe de pesquisas de commodity do BNP Paribas, apontou que “O mercado está procurando um catalisador para romper esta faixa recente de preços”.

“Do lado baixista, isto poderia ser uma degradação da disciplina da Opep+ à medida que os preços comecem a subir, ou um revés econômico mais severo… Do lado altista, um resultado positivo da fase III dos testes de vacinas para Covid-19 que reformule as expectativas sobre a trajetória da recuperação global”, continuou.

A Opep+, como é conhecida a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, solicitou aos países produtores de petróleo que tão acima das cotas acordadas que reduzam mais ainda a oferta em agosto e setembro. A atual política do grupo estabelece um corte de produção de 7,7 milhões de barris por dia.

“A Opep+ provavelmente vai dar suporte para um piso de 40 dólares, mas a recuperação da demanda está em um platô e as preocupações com uma segunda onda de Covid-19 dificultarão ganhos de preço”, opinou Jason Gammel, analista da Jefferies.