Commodities
Planejamento quinquenal da Petrobras só será divulgado em novembro
Segundo o gerente-executivo da estatal, Maurício Tolmasquim, transição energética será priorizada
Embora o plano estratégico para o quinquênio 2024-2028 já esteja em discussão internamente pela companhia, a divulgação do respectivo planejamento da Petrobras só deverá ser feita no final do ano, provavelmente em novembro. A declaração foi feita, nesta terça-feira (18) pelo gerente-executivo de Estratégia da estatal, Maurício Tolmasquim, ao adiantar, porém, o processo de transição ganhará status prioritário nas metas da petroleira.
Segundo o executivo, indicado para liderar a recém-criada diretoria de Transição Energética e Energias Renováveis, a estatal está atrasada na questão da transição energética. “A gente está trabalhando no novo plano estratégico, começamos a trabalhar e está indo bem. Pretendemos fazer discussões internas para estar no fim do ano com o documento pronto”, afirmou, durante coletiva concedida, após participar de evento do instituto IBP.
O fato de a nova gestão ter visões distintas da estratégia da Petrobras, em relação à anterior, fez com que o mercado mantivesse a expectativa de que uma eventual revisão do plano de investimentos fosse feita antes do prazo normal.
Enquanto o plano não é explicitado, o presidente da estatal, Jean Paul Prates vem defendendo a tese de que a Petrobras se torne protagonista do processo de transição energética do país, ao adotar novos projetos, mas mantendo o foco na produção de petróleo e na busca de novas fronteiras exploratórias. Entre as mudanças estratégicas relevantes, Prates destacou o aumento da capacidade de refino e alterações nas políticas de preços de combustíveis e de dividendos.
Sobre os investimentos em energia sustentável, Tolmasquim considerou que estes constituem ‘o caminho inevitável’ do setor de petróleo, ao acrescentar que, se a petroleira “não se adequar à essa realidade, ela poderá enfrentar dificuldades no que toca à obtenção de empréstimos”.
“Os fundos de pensão, por exemplo, têm critérios de ESG. Não é uma questão de boa vontade e sim de necessidade da companhia se recolocar no mercado de forma a ser atraente a acionistas e financiadores. Nosso desafio é recuperar o tempo perdido”, afirmou Tolmasquim, ao concluir que isso “não quer dizer que petróleo deixará de ser prioridade, pois a Petrobras ainda terá por muitos anos de upstream e pré-sal, porque é importante para gerar recursos para empresa e para o país. Não é uma aventura de sair de uma atividade para outra”.
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