Agronegócio
Plantas se comunicam? Estudo japonês faz descoberta surpreendente
Pesquisa foi publicada na Nature Communications e realizada pela Universidade de Saitama.
A ideia de que as plantas podem interagir com o ambiente e até se comunicar entre si tem intrigado cientistas há décadas.
Recentemente, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Saitama, no Japão, trouxe novas evidências sobre esse fenômeno fascinante.
Eles descobriram que as plantas são capazes de “conversar” entre si por meio da liberação de compostos químicos, especialmente em momentos de ameaça.
Tal descoberta foi publicada na revista Nature Communications e revela como as plantas emitem sinais de alerta quando são atacadas por herbívoros.
Esses compostos químicos funcionam como uma mensagem para que as plantas vizinhas se preparem para um possível ataque, ativando mecanismos de defesa.
As plantas usam essa forma de comunicação para detectar ameaças de modo precoce – Imagem: Mira Drozdowski/Shutterstock
Comunicação química entre as plantas
As plantas possuem mecanismos fascinantes de autodefesa e comunicação. De acordo com o estudo japonês, as espécies emitem compostos químicos quando estão sob ameaça de herbívoros, como insetos.
Esses compostos funcionam como uma mensagem de alerta para outras plantas próximas, permitindo que elas ativem mecanismos de defesa para se protegerem dos predadores.
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Compostos químicos de alerta: as plantas liberam uma névoa fina de substâncias químicas quando atacadas, que, embora sejam imperceptíveis para nós, são capazes de repelir insetos herbívoros;
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Proteção das plantas vizinhas: o odor químico emitido serve como um alerta para que as plantas próximas também se preparem para se defender;
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Um sistema inteligente: essa comunicação se mostra uma estratégia eficiente de autodefesa, garantindo a sobrevivência de múltiplas plantas de uma mesma área.
Como os cientistas descobriram esse mecanismo?
Embora os cientistas já soubessem que as plantas enviavam sinais entre si desde os anos 1980, os pesquisadores da Universidade de Saitama deram um grande passo ao conseguir capturar imagens em tempo real dessa comunicação.
Eles utilizaram um sistema inovador para entender o processo completo de como as plantas se comunicam por meio de compostos químicos.
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Experimento com tomateiros e Arabidopsis thaliana: as plantas foram expostas a lagartas, que as devoraram enquanto o sistema de comunicação foi monitorado. Uma planta de tomateiro e a Arabidopsis thaliana (da família da mostarda) foram colocadas lado a lado, e uma delas foi atacada pelos insetos;
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Uso de biossensores: a planta atacada foi geneticamente modificada para emitir fluorescência verde ao detectar íons de cálcio, o sinal de que havia recebido uma mensagem de alerta.
A resposta das plantas ao perigo
Quando uma espécie atacada por insetos emitiu o composto químico, os cientistas observaram que a planta vizinha, que não estava sob ataque, reagiu imediatamente.
Tal fenômeno demonstrou que a “mensagem” havia sido enviada e recebida com sucesso.
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Sinalização de cálcio: as plantas que receberam o sinal químico reagiram com uma onda de cálcio que se espalhou por suas folhas;
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Emissão de moléculas específicas: as plantas atacadas liberaram duas moléculas-chave, Z-3-HAL e E-2-HAL, que desempenham um papel importante na abertura e fechamento dos estômatos, pequenos poros que regulam a troca de gases.
Segundo Masatsugu Toyota, biólogo molecular e autor principal do estudo, essa descoberta é de extrema importância para entender como as plantas se defendem.
A capacidade de “conversar” por meio de sinais químicos pode ser crucial para a sobrevivência de uma planta em ambientes onde o ataque de herbívoros é comum.
Além disso, entender melhor tal mecanismo pode abrir portas para o desenvolvimento de novas estratégias agrícolas que protejam plantações de forma mais eficiente e natural.
Como as plantas usam esse conhecimento?
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Detecção precoce de ameaças: as plantas são capazes de detectar e reagir a ameaças antes mesmo de serem atacadas diretamente;
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Fechamento dos estômatos: ao fechar os estômatos, elas limitam a absorção de gases, o que pode ser uma estratégia de defesa contra a perda de nutrientes em momentos de ataque.
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