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Agronegócio

Plantas também morrem de velhice? Especialistas respondem

A longevidade das plantas está relacionada a diversos fatores.

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Ao observar suas plantas domésticas, como orquídeas, bromélias e begônias, começarem a perder o vigor, é natural que surja a pergunta: será que as plantas morrem de velhice?

Embora a questão pareça simples, ela revela um aspecto fascinante e complexo da biologia vegetal.

Para entender se e como as plantas envelhecem, precisamos mergulhar nos ciclos de vida das espécies vegetais e nos fatores que afetam sua longevidade.

Como é o ciclo de vida das plantas e sua longevidade?

Assim como todos os seres vivos, as plantas também passam por ciclos que envolvem nascimento, crescimento, reprodução e, eventualmente, a morte. Porém, a jornada até o envelhecimento delas é distinta da dos animais.

Esse processo particular, que em plantas pode levar séculos ou até milênios, é chamado de senescência.

Fabiana Froés, engenheira-agrônoma, explica que, com o envelhecimento das plantas, componentes essenciais como os cloroplastos e a clorofila são destruídos, o que prejudica sua capacidade de realizar a fotossíntese.

Segundo ela, a senescência ainda pode ser desencadeada por fatores de estresse, apesar de ser um processo natural.

Vale a pena destacar que envelhecimento e senescência são conceitos distintos: enquanto o envelhecimento é gradual e contínuo, a senescência se refere a uma fase específica de transformações que antecede a morte da planta.

Plantas passam pelo processo de senescência, etapa anterior à morte delas – Imagem: reprodução

A longevidade das plantas está diretamente relacionada a diversos fatores, como a escolha do local de plantio e a espécie escolhida.

A arquiteta e paisagista Laís Campos coloca em evidência a importância de adaptar o plantio ao ambiente correto.

Ela enfatiza que é fundamental selecionar um local apropriado para a espécie, afirmando a necessidade de uma abordagem mais sustentável e planejada no cultivo.

Além disso, fatores externos como mudanças climáticas, estresse hídrico e ações humanas, como desmatamento e poluição, podem encurtar significativamente a vida das plantas.

O estresse hídrico, por exemplo, afeta a capacidade da planta de fornecer água às folhas, levando à desidratação e, em casos extremos, à morte.

Apesar das dificuldades enfrentadas, algumas espécies de plantas são extremamente resilientes e resistem por séculos ou até milênios.

Um exemplo é o Pinus longaeva, mais conhecido como a árvore Great Basin bristlecone, que possui aproximadamente 5.067 anos, sendo uma das árvores mais antigas do mundo.

No Brasil, o jequitibá-rosa se destaca com uma idade estimada de 600 anos. Em termos de longevidade extrema, as algas vermelhas lideram, com registros fósseis de 1,2 bilhão de anos.

Tais espécies nos mostram que a natureza tem suas formas de desafiar as leis do tempo. A longevidade dessas plantas é resultado de adaptações evolutivas que lhes permitem sobreviver em condições adversas, mesmo diante de mudanças ambientais drásticas.

Portanto, a resposta é sim, as plantas envelhecem, mas o processo de envelhecimento é único e varia bastante entre as espécies.

Enquanto algumas sucumbem rapidamente diante de condições desfavoráveis, outras desenvolvem mecanismos de resistência que lhes permitem viver por milhares de anos.

A diversidade e resiliência do mundo vegetal continuam a surpreender, mostrando que, mesmo com o passar do tempo, algumas plantas ficam longe de chegar ao ‘fim da linha’.

Formada produtora editorial e roteirista de audiovisual, escrevo artigos sobre cultura pop, games, esports e tecnologia, além de poesias, contos e romances. Mãe de três curumins, dois cachorros e uma gata, também atuo ativamente em prol à causa indígena no Brasil.

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