Economia
PMI de Serviços tem primeira contração em quase dois anos
Indicador elaborado pela S&P Global cai de 50,7, em janeiro, para 49,8, no mês passado
Pela primeira vez em quase dois anos, o setor de serviços do país apresentou contração, ao cair do patamar de 50,7, em janeiro último, para 49,8, no mês passado, conforme atesta o Índice de Gerentes de Compras (PMI) da consultoria internacional S&P Global para serviços brasileiros, divulgado nesta sexta-feira (3).
Confirmando a retração, tanto dos serviços, quanto no setor industrial do Brasil, o PMI Composto do país desceu de 49,9 em janeiro, para 49,7 no mês passado. Quando o índice fica abaixo de 50, isso indica tendência negativa para a atividade.
Segundo a pesquisa, a retração do setor mais dinâmico da economia nacional decorre de fatores como a redução da demanda, combinada, ante ao crescimento das taxas de inflação, passando a ficar abaixo da marca de 50 que separa expansão de contração pela primeira vez desde maio de 2021.
Sobre esse viés declinante, a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna de Lima, explica que “depois de ver as taxas de crescimento esfriarem a cada mês desde as eleições presidenciais, o setor de serviços do Brasil entrou em contração em fevereiro”. Segundo ela, “os participantes da pesquisa observaram uma maior relutância entre os clientes em solicitar seus serviços devido à incerteza futura”.
Reforçando tal cenário desfavorável, dados do PMI apontam que, de fato, “os novos negócios solicitados às empresas de serviços diminuíram em fevereiro, encerrando uma sequência de expansão de 21 meses”. Ao mesmo tempo, o indicador apurou “uma terceira queda consecutiva nas encomendas internacionais feitas a prestadores de serviços brasileiros, enquanto os empregadores diminuíram o número de funcionários”.
Para tornar ainda mais desafiante a tarefa de recuperação do setor de serviços, a S&P Global revela que houve “novo aumento dos preços de insumos em fevereiro, com empresas de serviços relatando custos mais altos de alimentos, combustíveis, mão de obra e serviços públicos”.
Em sua análise da situação, a diretora associada da S&P Global, avalia que “a depreciação do real e o restabelecimento do ICMS também elevaram o peso dos custos”, acrescentando que “apesar da fraca demanda por serviços, as empresas repassaram uma parcela considerável de suas despesas para os clientes. Os custos de insumos e os preços cobrados pela produção aumentaram às taxas mais fortes em três e sete meses, respectivamente”.
Em contrapartida, o Índice de Atividade Futura (que mede a confiança empresarial no setor de serviços), registrou avanço no maior nível em quatro meses, após sair do menor patamar da série, em janeiro último.
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