Por que comprar peças para seu carro pode ser mais arriscado do que pensa?

Carros, assim como diversos derivados tecnológicos, por vezes, precisam trocar uma peça ou outra. Tal processo se trata de uma demanda normal. Agora, já imaginou acabar sendo preso por estar adquirindo um produto deste tipo? Pois é, um comprador pode se meter em grandes apuros, caso compre algo de procedência duvidosa!

Segundo a lei brasileira, uma pessoa que se enquadre no crime de receptação pode pegar até 4 anos de prisão em regime fechado. Infelizmente, não é incomum que fatos como esse aconteçam. Essa é a razão para o consumidor só realizar suas compras em estabelecimentos devidamente certificados.

Entretanto, uma parte do público ainda teima em continuar optando por produtos sem nota fiscal, pelo fato deles possuírem valores mais baixos. Porém, no final das contas o barato acaba saindo bem caro, e as custas com os honorários de um advogado podem acabar se mostrando bem mais onerosos.

Na última semana, foi deflagrada uma grande operação resultante de uma parceria entre o Detran.SP, as Polícias Civil e Militar e a prefeitura de Ribeirão Preto. A ação teve como alvo cerca de 8 desmanches destinados a extrair as peças de carros e motos roubados. Assim, milhares de itens ilegais foram encontrados e apreendidos ao final do dia.

Como se proteger contra esses casos?

O primeiro passo para se prevenir contra esse tipo de situação é jamais comprar em estabelecimentos suspeitos e que não ofereçam nota fiscal pelos itens adquiridos. Lembrando que é permitido que um comprador obtenha peças de desmanches, desde que o local seja credenciado devidamente junto ao Detran.

Então, para evitar dores de cabeça, o ideal é consultar se o lugar de interesse possui esse credenciamento, que por si só já é uma grande segurança. Essa pesquisa pode ser realizada no próprio site do órgão de maneira bastante simples. Confira:

1. Entre no site do Detran.
2. Acesse a opção “Parceiros“.
3. Selecione a opção “Desmontes“.
4. Em seguida, clique em “Empresas Registradas“.

Logo, se a empresa na qual o indivíduo quer comprar as peças não estiver com o seu nome na listagem disponibilizada, o melhor é não concretizar a transação e escolher outro estabelecimento. Afinal, mesmo que o preço oferecido seja bom, isso não vale a sua liberdade e integridade.

“No documento haverá comprovação da procedência da peça. Agora, quando a pessoa encontra uma peça muito abaixo do preço de mercado em uma plataforma de e-commerce e não pede comprovação nenhuma ao vendedor, fica difícil provar inocência”, aconselha Antonio Fiola, presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos.

Enfim, nas operações feitas pela internet, os cuidados devem ser redobrados, pois em ambiente virtual é ainda mais fácil de se cometer ilicitudes. Uma boa opção é verificar a reputação da loja na conhecida página chamada “Reclame Aqui“, que reúne reclamações e depoimentos de clientes anteriores, sobre a reputação de um empreendimento.

“A chance dessas peças virem de desmanches ilegais e de carros roubados é muito grande. Se você vende em uma loja física, precisa atender à Lei do Desmanche, ou seja, tem que comprovar a origem da peça. Mas se você compra pela internet, sem saber se é uma loja que está comercializando, corre o risco de comprar uma peça roubada ou falsificada. É importante verificar sempre se o vendedor é confiável”, diz Rodrigo Boutti, gerente de operações da empresa de rastreamento Ituran.