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Portugal: investigação associa seguradora brasileira ao caso das gêmeas

Medicamento das crianças custou 300 mil euros.

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A AMIL, uma das principais seguradoras de saúde do Brasil, se envolveu no chamado “caso das gêmeas” devido a uma disputa sobre uma apólice de seguro para o tratamento de duas crianças com uma condição rara. A seguradora evitou o pagamento de uma apólice de milhões de reais ao alegar que as gêmeas receberam tratamento no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e utilizaram um medicamento de quatro milhões de euros, o Zolgensma. Este medicamento é considerado o mais caro do mundo e indicado para a Atrofia Muscular Espinal. A informação é da imprensa portuguesa.

Após várias audições na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), permanecem dúvidas sobre a relação da AMIL com Nuno Rebelo de Sousa, figura central neste processo, que já é réu no inquérito do Ministério Público sobre suas ações para que as gêmeas recebessem tratamento em Portugal. A AMIL recebeu pedidos da CPI para fornecer contratos de seguros e coberturas das gêmeas, que foram tratadas no Hospital de Santa Maria. No entanto, a seguradora se recusou a fornecer os documentos, alegando que a solicitação não atendia aos requisitos legais da CPI.

O tratamento das gêmeas com Zolgensma no SNS foi uma alternativa ao medicamento Spinraza, que teria um custo anual de 300 mil euros e exigiria doses regulares ao longo da vida. A AMIL, segundo a mãe das gêmeas, Daniela Martins, teria tentado evitar esse custo.

Portugal: caso das gêmeas brasileiras

Quando as gêmeas chegaram a Portugal, foram inicialmente encaminhadas para um hospital do grupo Lusíadas, parte do conglomerado da AMIL. A AMIL, adquirida pela United Health Group (UHG) em 2012 e vendida para José Seripieri Filho em 2022, enfrentou problemas financeiros e operacionais, acumulando grandes prejuízos entre 2020 e 2023 devido a uma combinação de maior sinistralidade e inflação.

A AMIL é uma das maiores operadoras de saúde do Brasil, com uma vasta rede de clientes e uma significativa presença no setor. O grupo MDS, corretora parceira da AMIL no Brasil, também está envolvido, embora a MDS negue qualquer relação com o seguro das gêmeas.

A CPI continua investigando o caso, e o chefe da Casa Civil do Presidente da República, Frutuoso de Melo, revelou detalhes sobre os pedidos feitos por Nuno Rebelo de Sousa. Em setembro, após as férias parlamentares, a comissão poderá fazer novas perguntas ao ex-primeiro-ministro António Costa e avaliar se Marcelo Rebelo de Sousa prestará depoimento.

(Com Agências Internacionais).

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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