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Economia

Posição do Fed galvaniza a atenção de bolsas mundiais

No Brasil, destino incerto dos precatórios agora envolve três poderes

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Crédito: Valor Econômico/Globo

Enquanto o mercado internacional aguarda com ansiedade a fala do presidente do Fed (Federal Reserve) – banco central estadunidense – a respeito de como (e quanto) a autoridade monetária pretende reduzir a compra mensal de títulos para estimular a maior economia mundial, no Brasil, a questão fiscal e a política continuam entrelaçadas.

Precatório supremo – O imbróglio pátrio ganhou mais ‘lenha na fogueira’ com as declarações do presidente do Supremo (STF) – durante evento digital internacional Expert XP – Luiz Fux, ao condicionar o aval do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que também preside, no caso de adoção de “uma nova modalidade de pagamentos das dívidas reconhecidas pelo governo em decisões judiciais.

Ato normativo – O líder do Judiciário acrescentou, ainda, que, no caso de as atribuições do conselho (sobre o pagamento dos precatórios na emenda constitucional) serem aprovadas pelo Congresso, “o colegiado vai expedir um ato normativo prevendo a nova política de pagamento desses passivos pela União”.

‘Solução costurada’ – Fux lembrou, ainda, “uma solução costurada na Corte para os precatórios em 2022, no sentido de que “o limite para pagamento em um ano seja disciplinado pela mesma dinâmica da regra do teto de gastos”. Na avaliação do ministro, a “conta passaria a crescer somente pela inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) nos 12 meses até junho do ano anterior, levando em conta uma base de cálculo retroativa a 2016 – quando passou a vigorar a regra do teto.

Conta salgada – Caso essa regra prevaleça, a previsão de analistas ouvidos pela agência britânica Reuters é de uma conta de R$ 40 bilhões no ano que vem, o que significa um corte de R$ 49,1 bilhões, ante os R$ 89,1 bilhões apresentados, a princípio, para 2022.

‘Equacionamento interessante’ – “Um equacionamento muito interessante para corrigir vícios de origem”, comentou, pouco depois, no mesmo evento, o ministro da Economia, em tom de aprovação da proposta de Fux, como solução de “saída” da regra do teto.

Lira chancela Fux – O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por sua vez, chancelou a mediação de Fux na questão dos precatórios – despesas obrigatórias cujo gasto total não sofre ingerência do Executivo – o que poderia “evitar contestações da solução a ser encontrada para a questão, seja ela por meio de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ou por outra alternativa”.

Já pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da equipe econômica, o espaço seria inferior ao proposto pelo STF (R$ 33,5 bilhões no Orçamento), abrindo margem para a instituição de duas regras para o pagamento:

  • Parcelamento em dez vezes dos precatórios de mais de R$ 66 milhões (economia de R$ 22,7 bilhões).
  • Limitação provisória dos pagamentos anuais de precatórios a 2,6% da receita corrente líquida. Isso sujeitaria precatórios entre R$ 66 mil e R$ 66 milhões a eventual parcelamento (economia de R$ 10,8 bilhões). Por essa regra, todos os Pela PEC, os precatórios de até R$ 66 mil seriam integralmente quitados.

Sem perspectiva – Na economia real, o investidor nacional acompanha com atenção as informações sobre a crise hídrica do país – enquanto se aproxima o verão – somada à inflação sem controle, a reboque da retomada econômica, sem que haja perspectiva de aprovação das reformas estruturais (tributária e administrativa) no Congresso, sujeitas à pauta fiscal-político-eleitoral.

Bandeira vermelha já! – Ainda sobre a crise, hídrica, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou a bandeira tarifária para setembro. Segundo a Folha de São Paulo, um conjunto formado por representantes de distribuidoras, associações de consumidores e analistas de mercado teria estimado que a bandeira vermelha – a mais cara na conta de luz – precisará dobrar de valor no mês que vem, “para cobrir a alta dos custos de geração de energia”. Caso esse cálculo seja ratificado pela Aneel, o reajuste médio da conta poderá chegar a 15,2%.

Apelo presidencial – Também entrando no circuito, o presidente Bolsonaro, em sua live semanal, apelou à população para que economize água. Depois de afirmar que o Brasil está “no limite do limite da crise hídrica”, o mandatário aproveitou para mandar um recado direto ao consumidor-eleitor: “Tenho certeza que você pode apagar um ponto de luz na sua casa”.

Crise do Afeganistão – Mesmo com seus três principais índices fechando em baixa (Dow Jones a -0,5%, Standard, and Poors e Nasdaq, ambos com recuo de 0,6%) na véspera, os índices futuros ianques apontam altas nessa sexta (27), como reflexo de uma expectativa favorável em torno da fala de autoridades daquele país, presentes ao Simpósio Jackson Hole.

Ásia mista – Também sob influência do discurso do Fed, as bolsas asiáticas tiveram desempenhos variados nesta sexta-feira (27), como o índice Nikkei, do Japão, que teve baixa de 0,36%; ao contrário do Kospi, da Coreia do Sul, que avançou 0,17%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,18%.

Investidor ‘respira’ – Na China, o Shanghai subiu 0,59%, cujas ações decolaram, depois que os investidores reagiram com ‘alívio’ à maior injeção semanal de dinheiro do sistema bancário pelo banco central chinês, desde fevereiro, além de declarações de autoridades locais, que pediram mais suporte financeira a empresas de varejo e comerciais. Pela terceira sessão seguida, o banco central da China injetou 50 bilhões de iuanes (US$ 7,71 bilhões) em operações de recompra reversa de sete dias no sistema bancário hoje (27).

Lucro sobe – Desde o início de fevereiro deste ano, o total semanal de injeção líquida é de 120 bilhões de iuanes. Ao mesmo tempo, o lucro das empresas industriais chinesas subiu 16,4% em julho, se comparado a igual mês de 2020, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) da China.

Europa estável – No momento, os mercados europeus operam na estabilidade, mas igualmente de olho no Fed, quando o índice Stoxx 600 – formado por ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus – perdia 0,1%, ainda como reflexo dos números negativos apresentados pelo setor de viagem e lazer.

Principais indicadores (7h30 – horário de Brasília):

Estados Unidos
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,24%
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,3%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,34%

Europa
*FTSE 100 (Reino Unido), -0,03%
*Dax (Alemanha), -0,04%
*CAC 40 (França), -0,13%
*FTSE MIB (Itália), +0,25%

Ásia
*Nikkei (Japão), -0,36% (fechado)
*Shanghai SE (China), +0,59% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), -0,03% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +0,17% (fechado)

Commodities e Bitcoin
*Petróleo WTI, +1,602%, a US$ 68,5 o barril
*Petróleo Brent, +1,49%, a US$ 72,13 o barril
*Bitcoin, +0,72%, a US$ 47.343,00
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com alta de 1,39%, cotados a 840 iuanes, equivalente hoje a US$ 129,67 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,48

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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