Economia
Poupança fecha setembro com saldo negativo em R$ 7,7 bi
Resultado adverso ocorre após quatro meses de performances positivas
Pelo segundo mês seguido, os saques da caderneta de poupança superaram os depósitos em setembro último, resultando num saldo negativo em R$ 7,7 bilhões, conforme divulgou, nessa quarta-feira (6), apontou estudo apresentado, nessa quarta-feira (6), pelo Banco Central (BC).
Tendência negativa – O resultado negativo do mês passado reforça a tendência, iniciada em agosto, quando as saídas líquidas chegaram a R$ 5,46 bilhões, depois de um período de quatro meses de saldos positivos. Já em julho, houve entrada líquida de R$ 6,37 bilhões.
Retomada em abril – Se considerado o primeiro trimestre do ano (1T21) – quando o benefício ainda não havia sido retomado – o saldo acumulado foi negativo em R$ 27,5 bilhões, só voltando a ser positiva a captação em abril – R$ 3,8 bilhões.
‘Sobe-desce’ – No mês seguinte, a entrada líquida despencou para R$ 72,6 milhões, mas ainda mantendo o viés positivo, para atingir o pico de captação de R$ 7 bilhões. O sobe-desce da poupança voltou a aparecer em setembro, quando o saldo ficou negativo, ante depósitos de R$ 282,8 bilhões contra os R$ 290,5 bilhões sacados.
Auge da crise – Ironia ou não, no auge da crise sanitária, em abril de 2020, a captação da poupança bater recorde histórico, ao registrar saldo positivo em R$ 30,4 bilhões, só superado pelo mês seguinte, quando chegou a R$ 37,2 bilhões, o maior até hoje.
Estoque de R$ 1 tri – O desempenho adverso no mês passado não ofusca o fato de as cadernetas – se considerado todo o montante investido na modalidade – ter alcançado a soma colossal de R$ 1 trilhão em setembro, marca histórica da poupança nacional. A conquista torna-se mais relevante, levando em conta que os resultados da aplicação vêm sendo duramente afetados nos últimos meses, por conta do pagamento do auxílio emergencial.
Fator decisivo – O uso da conta-poupança digital da Caixa Econômica Federal é um dos fatores determinantes do crescimento acelerado da captação líquida, ao longo do ano passado, quando bateu recorde de R$ 166,3 de entradas líquidas.
Intervalo amplo – No entanto, com a redução do valor do benefício – de R$ 600 para R$ 300 – quando este foi retomado em abril, se encerrando agora, em outubro, também impacta negativamente as entradas líquidas da poupança. Na nova rodada, o auxílio – cujo valor médio é de R$ 250 – poderá passar a um intervalo entre R$ 150 e R$ 375, conforme o tamanho da família que o recebe.
Com rendimento indexado a 70% da taxa básica de juros (Selic) – hoje em 6,25% ao ano – caderneta tem como regra a previsão de que, toda vez que a Selic superar o patamar de 8,5% ao ano, seu rendimento passe a ser de 0,50% ao mês, mais a TR. Mas se ela ficar abaixo do patamar de 8,5% ao ano, o rendimento corresponderá a 70% da Selic, acrescida da TR.
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