Poupança tem retirada líquida de R$ 20,1 bi em janeiro

O saldo da aplicação na caderneta de poupança registrou uma queda novamente, com mais saques do que depósitos em janeiro deste ano. Segundo um relatório divulgado ontem pelo Banco Central (BC) em Brasília, as saídas superaram as entradas em R$ 20,1 bilhões.

No mês passado, foram aplicados R$ 332,3 bilhões, enquanto os saques atingiram R$ 352,4 bilhões. Os rendimentos creditados nas contas de poupança somaram R$ 5,2 bilhões.

Apesar do resultado negativo, o déficit de janeiro deste ano foi menor do que o observado em janeiro de 2023, quando os brasileiros sacaram R$ 33,6 bilhões a mais do que depositaram na poupança. Em dezembro de 2023, por outro lado, houve entrada líquida de R$ 13,8 bilhões (mais depósitos do que saques).

Poupança

A caderneta de poupança registrou uma saída líquida de R$ 87,8 bilhões em 2023, refletindo o alto endividamento da população. Esse resultado foi menor do que o registrado em 2022, quando houve uma fuga recorde de R$ 103,24 bilhões, em um contexto de inflação e endividamento elevados.

Os saques na poupança também são influenciados pela manutenção da Selic – a taxa básica de juros – em patamares elevados, o que incentiva a busca por investimentos com melhor desempenho.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Comitê de Política Monetária do BC elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, em um ciclo de aperto monetário desencadeado pelo aumento dos preços de alimentos, energia e combustíveis.

Por um período de um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas para conter a inflação. Atualmente, a Selic está em 11,25% ao ano.

Saldo líquido

Em 2021, o saldo líquido da poupança foi de retirada de R$ 35,49 bilhões. Já em 2020, a caderneta registrou uma captação líquida recorde de R$ 166,31 bilhões, influenciada pela instabilidade no mercado de títulos públicos no início da pandemia de COVID-19 e pelo pagamento do auxílio emergencial, depositado em contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal.

(Com Agência Brasil).