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Economia

Preço da carne recua 0,78% para o consumidor em outubro, mostra IPC/Fipe

Queda no preço da carne é a primeira em mais de um ano, mas não é suficiente para cobrir a alta acumulada em 11,57% desde janeiro.

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O preço da carne ao consumidor recuou 0,78% em outubro, dando fim a uma sequência de altas que vinham sendo registradas há mais de um ano. Os dados foram constam no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

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Embora seja uma boa notícia, a queda é insuficiente para cobrir o aumento no produto, que chega a 11,57% desde de janeiro, muito menos a alta de 21,51% acumulada nos últimos 12 meses.

O principal motivo da baixa é o embargo à carne brasileira decretado pela China, maior exportador mundial do produto produzido no país. Após a confirmação de casos da doença da “vaca louca” há mais de 60 dias, os chineses interromperam suas compras no Brasil.

“A queda demorou, mas chegou para o consumidor. O reflexo demora um pouco para chegar na ponta. A questão é que estamos num acumulado do ano de 11,57% de aumento e, nos últimos dois anos, quase 40% de aumento para o consumidor. A queda é pequena e temporária, porque a hora em que essas exportações voltarem, os preços vão se estabilizar”, afirma Guilherme Renato Caldo Moreira, coordenador do IPC/Fipe.

Ainda de acordo com ele, o outro motivo pelo qual recuo não será tão forte é a “aproximação das festas de fim de ano”, que eleva o consumo e “pode sustentar o preço”.

Campo, atacado e varejo

No atacado e no campo, o reflexo da queda é mais acentuado do que para o consumidor. O preço do boi gordo foi de R$ 313 a arroba (agosto) para R$ 264,60 (5 de novembro). Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), o preço da carne caiu 4,15% entre setembro e outubro no atacado.

“A queda é um reflexo dessa maior estocagem. A realmente é um período com uma queda expressiva no campo, mas o varejo realmente não viu impacto do preço da carne”, explica Thiago Bernardino de Carvalho, pesquisador do Cepea.

Mesmo assim, ele acredita que os frigoríficos estão preferindo estocar o produto e arcar com os custos do que vender para o mercado interno. Os motivos para a decisão são o enfraquecimento do mercado doméstico causado pela inflação e a esperança do retorno das vendas para o exterior.

“Já houve sim uma redução no preço da carne, ainda muito modesta, frente aos aumentos que ela acumulou no curto prazo. A expectativa de ampliação na queda do preço se sustentava no embargo. É possível que a carne não caia tanto quanto o consumidor espera”, avalia André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/Ibre).

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