Economia
Ao avançarem 1,1% em outubro, preços industriais acumulam alta de 2,96% em três meses
Apesar do avanço, IPP acumula deflação de 6,13% em 12 meses e de 4,43% no ano
Embora constitua a menor taxa para o mês, desde o início da série histórica, em 2014, os preços da indústria cresceram 1,1% em outubro – ante o mês anterior – consolidando a terceira alta seguida do Índice de Preços ao Produtor (IPP), que, no entanto, continua negativo e acumulando deflação de 6,13% em 12 meses e de -4,43% no ano, informou, nesta quarta-feira (29), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com o resultado, indicador acumula elevação de 2,96% nos últimos três meses.
A tendência de expansão, mesmo que moderada, dos preços industriais, pode ser atestada pela variação positiva exibida por 14 das 24 atividades industriais pesquisadas, igualmente no comparativo mensal. Já em setembro, 13 atividades apresentaram elevação, ante o mês anterior.
Entre as atividades industriais que apresentaram aumento mais expressivo de preços em outubro, ante setembro, ganharam destaque: bebidas (6,12%), indústrias extrativas (5,26%), outros equipamentos de transporte (2,19%) e alimentos (2,00%). Já as maiores influências vieram de alimentos (0,48 p.p.), indústrias extrativas (0,26 p.p.), bebidas (0,15 p.p.) e refino de petróleo e biocombustíveis (0,10 p.p.).
Na avaliação do analisa do IPP, Murilo Alvim, “esta sequência de três meses com resultados positivos da indústria vem após seis meses seguidos de queda. De agosto a outubro, a alta acumulada é de 2,96%. Apesar disso, o IPP ainda não foi capaz de reverter os resultados negativos nos índices de longo prazo”.
Prosseguindo em sua análise, o analista assinalou que “nos últimos dois meses, o setor de refino de petróleo e biocombustíveis foi o que mais impactou positivamente no IPP. Em outubro ele continua sendo um dos destaques, mas não o principal, com variação de 0,92% (quarta maior influência). Os dois produtos mais importantes do grupo, óleo diesel e gasolina, tiveram aumento de preços em agosto e setembro, mas comportamentos diferentes em outubro, com a gasolina apresentando resultado negativo e segurando a variação do setor”.
Maior variação e terceira influência mais significativa no mês passado, o setor de bebidas inverteu o resultado observado em setembro, quando teve forte recuo de 5,04%. Com a alta acumulada nos últimos dois meses, em outubro, os preços ficaram 0,78% acima do patamar de agosto.
“A queda vista em setembro foi devido à margem que as empresas tinham para um reposicionamento de preços por conta de menores custos. Em outubro, com a proximidade do verão e das festas de fim de ano, há um aumento da demanda por produtos como cerveja e refrigerante. Desde o início da série histórica da atividade no IPP, em 2010, o setor de bebidas mostra resultado positivo em outubro”, explicou o analista do IPP.
Ao comentar a quarta variação positiva seguida do setor de alimentos (de maior peso e influência no desempenho do IPP no mês), Alvim observou que a elevação do preço das carnes bovina e de frango foi determinante para o resultado, sob influência do avanço de 4,95% do grupo de abate e produção de carnes. “No caso da carne bovina existe uma limitação da oferta de animais para abate, que pode estar relacionada ao ciclo da pecuária. Sobre a carne de frango, vemos um aumento da demanda que pode ser uma substituição de um produto por outro”, completou o analista.
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