Economia
Prefeitura do Rio prepara a criação da ‘bolsa verde’
Além da negociação de ativos ambientais e de créditos de carbono, ideia é atrair empresas
Vem aí a bolsa verde para negociação de ativos ambientais e de créditos de carbono. É o que promete a Prefeitura do Rio de Janeiro, ao constituir um grupo de trabalho, sob a coordenação da Secretaria Municipal de Fazenda que, desde junho, desenvolve uma plataforma específica voltada ao mercado ligado à sustentabilidade.
Pegada da ESG – Consciente da tradição carioca no mercado financeiro e de capitais, a prefeitura pretende atrair investidores para a ideia inovadora, que receberia uma ‘pegada’ de ESG (Environmental, Social and corporate Governance), ou melhores práticas ambientais, sociais e de governança. O lançamento da bolsa verde, porém, ainda não tem previsão.
Referência nacional – “O Rio sempre foi referência para o mercado financeiro, mas, infelizmente, nos últimos anos a gente andou perdendo esse protagonismo que buscamos retomar”, argumenta o secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação, Chicão Bulhões, ao acrescentar existir um “potencial muito grande na questão dos créditos de carbono”.
Novas oportunidades – A expectativa de Bulhões é de que, à medida que as concessões de saneamento básico ‘começarem a sair’, poderão surgir ‘oportunidades ligadas à essas medidas, com reflexo positivo no meio ambiente da região’. O secretário vai além, ao prever que o Rio poderá se tornar, dentro de algum tempo, “um hub nacional de ativos verdes, o que incentivaria muito esse ecossistema no país”.
Boas práticas – Bulhões diz, ainda, que o empreendimento tem sintonia com a ‘crescente pressão de consumidores e investidores por boas práticas ESG, em que algumas empresas optam pela compensação de suas emissões de gases de efeito estufa, tendo em vista reduzir a pegada ambiental dos negócios”.
Preserva já! – Por essa variante, companhias podem adquirir crédito de carbono de instituições dedicadas à preservação de florestas e oceanos, por exemplo. Esse mercado – em que cada crédito equivale à compensação de uma tonelada de CO2 (dióxido de carbono) – difere do regulado, em que o governo limita a quantidade de gases de efeito estufa em determinados setores, além de conceder permissões de poluição. Na verdade, a ideia da bolsa verde tem como objetivo maior atrair empresas para a Capital fluminense, que assistiu sua economia minguar nas últimas décadas.
BDES apoia – Com o apoio técnico do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e suporte da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o grupo de trabalho é formado por técnicos da Secretaria municipal de Meio Ambiente, representantes da Procuradoria Geral do Município e da agência Invest.Rio.
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