Problemas nas entregas de agrotóxicos comprometem safra de milho e secagem de soja

Nesta semana, associações de agricultores do Brasil apontaram que houve problemas com a entrega de agrotóxicos que poderiam ter sido vendidos, mas não teriam sido entregues por empresas, comprometendo a safra de milho do país e a secagem da soja na colheita.

De acordo com o comunicado da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), as entidades afirmaram “que receberam nas últimas semanas inúmeras reclamações de produtores de todo o país que adquiriram o herbicida atrazina, usado na cultura do milho, mas que até agora não receberam o produto das empresas que o comercializam”.

Além disso, a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) também foi afetada, segundo a Aprosoja. “Diante deste cenário de incertezas, Aprosoja Brasil e Abramilho vêm a público manifestar preocupação com o desabastecimento de produtos no mercado brasileiro, o que coloca a segunda safra do milho sob forte ameaça”, afirmou.

A Aprosoja ainda ressalta que a falta do defensivo, resulta em mais dificuldades para os produtores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e de parte de São Paulo, regiões “que foram seriamente atingidas pela estiagem na primeira safra de milho, e traz impactos também ao consumidor final”.

Para que haja produção de milho, o setor pede a liberação e registros de empresas que tenham condição de produzir volumes de agrotóxicos, principalmente atrazina, essencial para a cultura do grão.

Diante da baixa oferta de agrotóxicos, os produtores correm o risco de não conseguirem produzir o milho, de acordo com entidades. “Isto porque este (atrazina) é o único herbicida para ervas daninhas de folha larga, e que também é usado para controle da soja RR voluntária entre as plantas de milho”, disse.

Além disso, em nota da Aprosoja, o herbicida Diquat, utilizado para dessecação da soja, que também está escasso no mercado foi citado nas reclamações sobre cancelamento de entrega.

De acordo com um especialista da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), no ano passado, muitos produtores só conseguiram receber insumos agrícolas após pagarem um valor a mais, em meio ao aumento nos custos dos produtos.

Atualmente, a segunda safra de rotação de milho e soja é responsável por abastecer mais de 70% da oferta do mercado brasileiro de grãos.