Automobilística
Produção industrial brasileira recua 0,6% em julho e cai 1,1% no ano
De acordo com o PIM Regional do IBGE, 14 dos 15 locais pesquisados apresentaram queda
Com recuo de 0,6% no comparativo mensal e redução de 1,1%, no anual, a produção industrial brasileira apresentou, em julho último, retração em 14 dos 15 locais abrangidos pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, divulgada, nesta quarta-feira (13), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Entre estes ‘locais’, os que mais contribuíram com a queda foram os estados do Amazonas (-8,8%), Bahia (-6,0%) e Pará (-4,4%), bem acima do declínio de 0,5%, verificado em São Paulo, maior parque industrial do país. Em contrapartida, o maior avanço (1,2%) foi registrado no estado do Ceará. Se considerado o comparativo anual (queda de 1,1%), a variação negativa ocorreu em 11 locais dos 18 pesquisados, enquanto no acumulado em 12 meses, a variação foi nula, com recuo em nove dos 15 locais analisados.
Segundo o analista da pesquisa, Bernardo Almeida, “é possível perceber uma perda de ritmo na indústria nacional como um todo, que pode ser observada desde março, quando atingiu um crescimento de 1,1%. Isso pode ser explicado pela conjuntura atual, pela taxa de juros que ainda se encontra em um patamar elevado, o que pressiona a linha de crédito disponível para o investimento. Isso recai diretamente sobre a cadeia produtiva, sobre as tomadas de decisões por parte dos produtores, já que o investimento se torna mais caro. Isso vale também para os resultados regionais, com um cenário disseminado de resultados negativos em 14 dos 15 locais pesquisados”.
Maior recuo desde abril deste ano (-14,7%), a queda de 8,8% do Amazonas foi a que exerceu maior influência no resultado nacional. “O resultado no Amazonas foi influenciado por um baixo desempenho nos setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos e também o setor de bebidas, que são dois setores muito influentes na indústria local. É importante ressaltar que a taxa de -8,8% desse mês é a segunda taxa negativa consecutiva, após apresentar queda de 5,1% em junho, e intensifica o momento de queda na região”, avalia Almeida.
Segunda maior queda (-6,0%) e segunda influência negativa no índice geral, o desempenho da Bahia refletiu a performance adversa local nos setores de alimentos, metalurgia e produtos químicos “Essa foi a taxa negativa mais intensa para a Bahia desde outubro do ano passado, quando atingiu uma queda de 9,5%”, aponta o analista.
Depois do Pará, que recuou 4,4% no período analisado, São Paulo ostenta retração de 0,5% em julho, acumulando perdas de 3,1% pelo segundo mês seguido. “O resultado foi influenciado pelos setores de máquinas e equipamentos, outros equipamentos de transporte e veículos automotores. São Paulo, com esse resultado, fica 3,3% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e também fica 25,0% abaixo de seu patamar de produção mais alto, alcançado em março de 2011. Já a indústria paraense acumulou perda de 5,7% em dois meses consecutivos de redução na produção”, pontua o analista do IBGE.
Para atingir a maior alta da pesquisa (1,2%), a indústria do Ceará contou com a contribuição dos setores de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados, metalurgia e produtos de metal.
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