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Economia

Produção industrial ‘desacelera’ de 0,4% para 0,1%, de agosto a setembro

De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), setor avançou 0,6%, no comparativo anual

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Após exibir avanço moderado de 0,4% em agosto, a produção industrial desacelerou ainda mais, para 0,1% em setembro último, o que denota viés de estabilidade para o setor, que não avança, nem recua, por enquanto.

Para setembro do ano passado, a expansão foi mais significativa, chegando a 0,6%, enquanto o acumulado do ano mostrou queda de 0,2%, estabilidade (variação nula) no período de 12 meses e recuo de 0,1% em agosto deste ano, por este mesmo critério.

Os dados constam da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada, nesta quarta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao apontar que o resultado positivo do indicador foi ‘puxado’ pela alta de 5,6% das indústrias extrativas.

Na avaliação do gerente da pesquisa, André Macedo, “o resultado de setembro da produção industrial nacional marca o segundo mês seguido de crescimento, mas não altera o comportamento de menor dinamismo que a caracteriza nos últimos meses. Para além disso, no índice desse mês, observa-se predomínio de taxas negativas, alcançando três das quatro grandes categorias econômicas e 20 dos 25 ramos industriais investigados”.

Mesmo com dois meses seguidos positivos, Macedo acentua que o setor industrial se mantém 1,6% abaixo do nível pré-pandemia e é 18,1% inferior ao patamar recorde verificado em maio de 2011. “Em linhas gerais, taxa de juros elevada, mesmo com o movimento de redução verificado nos últimos meses, nos ajuda a entender esse comportamento do setor industrial, com influência direta sobre as decisões de investimento, por parte das empresas, e de consumo, por parte das famílias. Para além disso, explica o crédito ainda caro e as elevadas taxas de inadimplência”, comenta.

No ranking das atividades industriais, o destaque coube às extrativas, como mencionado, que cresceram 5,6%, após estas apurarem perdas de 5,6% no período julho-agosto deste ano. Também contribuíram positivamente, produtos químicos (1,5%) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,5%).

“O setor de indústrias extrativas, para além da baixa base de comparação, visto que vinha de duas quedas em sequência, ainda foi favorecido pela maior extração de petróleo e minérios de ferro nesse mês. Esse segmento representa aproximadamente 15% da indústria total e exerce o principal impacto positivo no consolidado do ano”, admitiu o gerente da PIM.

Pelo viés negativo, as maiores contribuições, entre as vinte atividades pesquisadas, foram registradas em produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-16,7%) – interrompendo dois meses consecutivos de expansão na produção, período em que acumulou ganho de 30,2%; máquinas e equipamentos (-7,6%), após um avanço de 4,9% no mês anterior – e veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,1%), que cresceu 5,7% em agosto.

“Pelo lado da indústria farmacêutica, esse setor caracteriza-se pela alta volatilidade. Quedas e avanços elevados em sequência são comuns ao longo da série. Para além disso, o recuo de dois dígitos desse mês guarda relação importante com o avanço de 30,2% acumulado nos meses de julho e agosto de 2023”, concluiu Macedo.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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