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Economia

Produção industrial fica estável em setembro, mas sem viés de alta

PIM Regional do IBGE apontou que o melhor desempenho coube ao Pará, que subiu 16,1%

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Sinal de estabilidade, mas sem viés de expansão, a produção industrial brasileira avançou apenas 0,1% em setembro último, ante o mês anterior, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, divulgada, nesta quarta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que verificou alta em apenas cinco dos 15 locais pesquisados.

Ante igual mês do ano passado, a produção industrial cresceu 0,6%, com variações positivas em  dez dos 18 locais pesquisados, ao passo que, no acumulado no ano, a variação foi de -0,2%, em que o resultado negativo esteve presente em oito dos 18 locais. No que tange ao acumulado em 12 meses, houve variação nula (0,0%), em que oito dos 15 locais avançaram no indicador.

“Continuamos com a leitura de um comportamento gradual e moderado da indústria, no qual observamos um arrefecimento na produção, ocasionado por fatores como os juros elevados, o que leva ao encarecimento do crédito e diminuição da linha de crédito e diminui as decisões de investimentos por parte dos produtores. Fatores esses que também ocasionam uma cautela na tomada de decisão na parte das famílias, afetando o consumo”, avalia o analista da PIM, Bernardo Almeida.

No ranking regional, foram observados avanços no Pará (16,1%), Rio de Janeiro (3,1%), Ceará (2,2%) e Paraná (1,8%). Em contrapartida, São Paulo, maior parque industrial do país (responsável por 33% da produção industrial nacional), recuou 1,1%, sob influência do declínio dos setores de alimentos e de veículos automotores, enquanto coube a Pernambuco a queda individual mais significativa (-12,8%).

Responsável pelas maiores altas (absoluta e influência positiva) do resultado geral de setembro, o crescimento paraense decorreu do desempenho fortemente positivo do setor extrativo. “Vale ressaltar que o parque industrial paraense é mais concentrado no setor extrativo, por isso esse setor tem uma grande importância na indústria local. Com esse resultado, o Pará elimina a perda acumulada nos três meses anteriores. Entre junho e agosto, a perda acumulada havia sido de 14,1%”, avaliou Almeida.

Na segunda posição, entre as maiores variações, o Rio de Janeiro avançou 3,1%, em setembro deste ano, igualmente por conta da evolução de seu setor extrativo. Segundo o analista, no caso do Rio de Janeiro, a indústria extrativista está concentrada basicamente no setor de petróleo e gás natural.

Sobre a retração industrial paulista, Almeida comenta: “Vale salientar que esse comportamento da indústria paulista representa uma queda de ritmo gradual e conseguimos ver esse comportamento refletido também na indústria nacional. Essa queda de ritmo é possível ser observada quando comparamos com o patamar pré-pandemia. Em setembro, observamos que São Paulo registrou taxa 1,6% abaixo do pré-pandemia, em fevereiro de 2020. Isso é explicado justamente pelos fatores que citamos anteriormente para a indústria nacional, que acaba acarretando um comportamento mais cauteloso e moderado nas tomadas de decisões por partes dos produtores”, explica Almeida.

Já o ‘drástico’ recuo da produção industrial pernambucana (-12,8%) foi fortemente influenciado pela queda substancial dos setores de derivados de petróleo e de veículos automotores. “Vale ressaltar que a taxa de setembro foi a quarta taxa negativa consecutiva, sendo que nesses quatros meses foi acumulada uma perda de 17,5%. A taxa de setembro é a mais intensa negativamente para a indústria pernambucana desde abril de 2020, quando registrou -18,4%. É importante lembrar que em que abril de 2020 foi alcançado o pior patamar da história da indústria nacional, quando tivemos o maior impacto de políticas de isolamento social, no início da pandemia”, finalizou o analista da pesquisa.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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