Produtor recorre a consórcios como opção de investimentos fora do Plano Safra

Os R$ 200 milhões adicionais que o governo liberou para o Plano Safra, no começo de maio, não deu para nada. Mesmo diante das necessidades dos produtores, como o esperado o mercado tradicional de crédito, com recursos diretos dos bancos, está há semanas travado no aguardo do próximo PS.

Para não deixarem para depois o que precisam fazer já, mesmo porque não se pode garantir o que já foi anunciado para a próxima temporada pelo governo – mais de R$ 400 bilhões em crédito e juros mais amigáveis -, muitos agricultores ampliaram a cesta de opções através dos consórcios.

A rede Sonhagro, franquia que intermedeia a relação entre a agricultura e as instituições financeiras, já detectou que essa alternativa está pegando no mercado, uma vez que todo ano os recursos acabam antes e o crédito a juros livres, não subsidiado pelo governo, está caro com base na taxa Selic de 13,75% ao ano.

“O produtor contempla a carta de crédito e consegue comprar o que quiser, de máquinas a terras”, explica Romário Alves, CEO da empresa mineira presente em vários estados, que precisou ampliar a parceria com várias operadoras de consórcios.

O único recurso subsidiado que vinha sobrando era o para custeio, porém no estágio atual o interesse maior dos produtores rurais é para investimentos visando as safras de grãos de 23/24, diz Alves.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, já mencionou o montante acima de R$ 400 bilhões, contra os quase R$ 341 bilhões da última dotação, sob expectativa de alguma contemplação mais favorável à produção de baixo carbono. Não está claro se em maior limite ou custo menor dos juros.

A anúncio deverá ser na terça (27), enquanto para a agricultura familiar os detalhes serão divulgados na quinta.