Economia
Programa Pé-de-Meia impulsiona o Enem 2024; entenda
Exame Nacional do Ensino Médio.
O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou que o programa Pé-de-Meia teve um papel fundamental no aumento das inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024, que registrou 4,3 milhões de inscritos. Esse número representa um crescimento de 10% em relação ao total de confirmados em 2023. As provas do Enem estão marcadas para os dias 3 e 10 de novembro.
“O incentivo do Pé-de-Meia, que garante uma parcela mensal a quem realizar as duas provas do Enem, foi crucial para esse estímulo. Esperamos que isso se traduza em sucesso no exame”, afirmou Santana.
O programa Pé-de-Meia funciona como uma poupança destinada a promover a permanência e a conclusão de estudantes no ensino médio. Voltado para alunos de famílias cadastradas no CadÚnico e com renda mensal de até meio salário mínimo, o programa oferece pagamentos mensais e anuais aos estudantes que frequentam as aulas. Além disso, os participantes recebem R$ 200 pela participação no Enem.
O governo federal está preocupado com a recuperação das inscrições no Enem, uma vez que a quantidade de candidatos vinha em queda desde 2017. O recorde de inscritos foi registrado em 2014, com mais de 8,7 milhões de participantes. Em 2017, o total foi de 6,1 milhões, mas em 2022, esse número despencou para cerca de 3,3 milhões. O ano de 2021, impactado pela pandemia, apresentou o menor interesse pelo Enem desde 2005, com apenas 3,1 milhões de inscrições.
“Hoje, você pode fazer a prova do Enem onde estiver e concorrer a qualquer universidade do Brasil. Isso democratizou o acesso à educação. Infelizmente, nos últimos anos, o Enem não estava sendo estimulado, resultando em uma curva descendente no número de inscritos. Nos últimos dois anos, conseguimos reverter essa tendência”, destacou Santana.
Pé-de-Meia
Os dados do Inep mostram que nesta edição aumentou a porcentagem de estudantes egressos do ensino médio inscritos no exame. Para os alunos de escolas públicas, as provas são gratuitas, e os beneficiários do programa Pé-de-Meia estão entre esses concluintes. Ao todo, 1,6 milhão de inscritos são estudantes do terceiro ano do ensino médio, um aumento em relação aos 1,4 milhão de 2023.
“Nós conseguimos garantir que os alunos regularmente matriculados no terceiro ano do ensino médio se inscrevessem. Muitos estados se inscreveram, especialmente porque é gratuito. O Enem é a única porta de entrada para a universidade, então não há motivo para não se inscrever”, enfatizou o ministro.
O Inep também revelou que o Distrito Federal e 13 estados tiveram 100% de inscrições de estudantes concluintes das escolas públicas no Enem. Todos os estados do Nordeste, exceto o Maranhão, superaram essa marca, que ficou em 83,42% para o estado. Os demais estados tiveram inscrições acima de 70%.
Enem
Considerado a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, o Enem é utilizado para ingresso em instituições públicas por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), para obtenção de bolsas de estudo em instituições privadas pelo Programa Universidade para Todos (Prouni), além de ser um requisito para financiamento pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
O governo federal planeja, para novembro, um conjunto de ações voltadas para a valorização dos professores da educação básica. O ministro anunciou que o programa Pé-de-Meia será estendido às licenciaturas, oferecendo bolsas de apoio a estudantes que desejam seguir a carreira docente.
Embora inicialmente o anúncio estivesse previsto para o Dia do Professor, em 15 de outubro, o ministro justificou o adiamento por “problemas orçamentários”. Além disso, está programado um concurso unificado para professores, semelhante ao Enem, que visa a contratação de educadores para escolas públicas.
“Essas ações são essenciais para que a sociedade compreenda a importância da valorização dos professores no Brasil, um tema debatido mundialmente”, disse Santana.
Impactos
O ministro também ressaltou que, apesar dos cortes orçamentários em outras áreas, a educação não deve sofrer impactos. “Nenhuma política prioritária do ministério foi inviabilizada por medidas econômicas. Estamos expandindo programas como a escola em tempo integral e o Pé-de-Meia, e novos recursos para a construção de institutos federais e universidades estão sendo alocados”, afirmou.
(Com Agência Brasil).
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