Economia
Proposta brasileira para taxar super-ricos avança no G20
Grupo reúne as principais economias do planeta.
A proposta de taxação internacional das grandes fortunas, conhecida como taxação dos super-ricos, é uma das prioridades da presidência brasileira no G20, que reúne as principais economias do mundo. Este tema está avançando nas negociações para ser abordado em uma declaração exclusiva, que será aprovada pelos ministros de finanças e presidentes de bancos centrais durante as reuniões que ocorrerão na quinta (25) e sexta-feira (26) no Rio de Janeiro.
Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda e coordenadora da Trilha de Finanças do G20, informou que as discussões já começaram e podem se estender por mais horas para alcançar um consenso entre as delegações. Ela destacou a importância de uma declaração exclusiva sobre cooperação tributária internacional, que incluirá a taxação dos super-ricos, além de outros temas como bancos multilaterais, arquitetura financeira internacional e fluxo de capitais.
Em um balanço do segundo dia de negociações, Rosito ressaltou que as conversas estão progredindo bem, apesar de não ter especificado os pontos de divergência. Ela reafirmou que a proposta de taxação dos super-ricos é uma das prioridades da presidência brasileira, conforme mencionaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo Rosito, o fato de este tema ter uma declaração separada visa destacar sua importância.
Taxar super-ricos
De acordo com o economista francês Gabriel Zucman, a taxação dos super-ricos afetaria cerca de 3 mil indivíduos globalmente, com aproximadamente 100 na América Latina, e poderia gerar uma arrecadação de US$ 250 bilhões por ano.
Tatiana Rosito também mencionou a estratégia adotada pela presidência brasileira do G20 para superar divergências geopolíticas, como as relacionadas aos conflitos na Ucrânia e em Gaza. Este ano, uma declaração separada intitulada “Comunicado” está sendo utilizada para tratar de questões geopolíticas, permitindo que temas divergentes não impeçam o consenso nas demais áreas.
Além disso, pela primeira vez, grupos de engajamento e organizações da sociedade civil puderam apresentar suas demandas diretamente aos representantes dos ministérios e bancos centrais, o que Rosito classificou como uma experiência muito positiva.
O G20 é composto por 19 países e duas organizações regionais, representando cerca de 85% da economia mundial, mais de 75% do comércio global e dois terços da população mundial. A presidência brasileira do G20 vai até a cúpula de novembro, após a qual a presidência passará para a África do Sul.
(Com Agência Brasil).
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