Política
Quais estados são mais de esquerda ou direita no Brasil?
Pesquisa revela que 40% dos brasileiros não se identificam politicamente.
Uma pesquisa realizada pelo DataSenado em colaboração com a Nexus trouxe à luz as preferências políticas da população brasileira, revelando um panorama intrigante sobre os posicionamentos ideológicos dos eleitores em diferentes estados.
O levantamento, realizado entre 5 e 28 de junho de 2023, entrevistou 21.808 brasileiros e apontou que uma significativa parcela da população prefere não se identificar com nenhum espectro político.
Política no Brasil: estados mais à esquerda e à direita
A pesquisa destacou, em relação à identificação política, que os estados onde há uma maior proclamação de eleitores de esquerda são Pernambuco (18%), Rio Grande do Norte (18%), Ceará (17%), Bahia (16%) e Mato Grosso do Sul (16%).
Os dados relativos a esses estados mostram que, apesar de estarem sob a sombra das tendências mais alinhadas, a identidade esquerdista ainda tem relevância.
Em contraste, os estados mais inclinados à direita se concentraram em Roraima (41%), Mato Grosso (37%), Santa Catarina (36%), Tocantins (35%) e Paraná (32%).
Tal divisão geográfica demonstra uma polarização curiosa, com a direita dominando fortemente em regiões do Centro-Oeste e Norte, enquanto a esquerda é um pouco mais prevalente nas regiões do Nordeste.
Um dos achados mais significativos do levantamento é que 40% dos entrevistados não se identificam com nenhum espectro político. Esse fenômeno se torna ainda mais fascinante ao observar que essa ‘indefinição’ é predominante em estados como Maranhão (52%), Amapá (48%) e Piauí (47%).
De acordo com Elga Lopes, analista de opinião pública do DataSenado, esses números indicam uma população mais preocupada com questões locais do que com ideologias políticas abrangentes.
Outro ponto digno de nota é que essa tendência de ‘não-alinhamento’ se repete em diversas camadas da sociedade, independentemente de gênero, religião, escolaridade ou renda familiar.
No entanto, isso não se aplica uniformemente a todos os segmentos. Por exemplo, entre os homens, a divisão é mais equilibrada, com 34% se identificando com a direita e a mesma proporção entre os que não se identificam com qualquer espectro político.
A pesquisa também aborda a percepção sobre a confiança nas urnas eletrônicas, um tema que continua a ser objeto de debate intenso no Brasil.
Os resultados revelam que 86% dos eleitores de esquerda confiam no sistema eleitoral, contrastando com os 61% dos eleitores de direita que expressam desconfiança.
Essa diferença de opinião sobre a validade das eleições reflete a polarização política existente no país e sugere que a narrativa sobre a integridade do processo eleitoral pode ser uma extensão das preferências ideológicas.
Outro ponto que chamou a atenção na pesquisa foi a forte influência da religião na identificação política. Entre os eleitores evangélicos, apenas 8% se identificam como esquerdistas, enquanto 35% se alinham com a direita, uma diferença de 27 pontos percentuais.
Essa disparidade sugere que as crenças religiosas podem desempenhar um papel significativo nas preferências políticas, moldando a maneira como os indivíduos percebem questões sociais e políticas.
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