Economia
Queda da inflação dos serviços não basta para acelerar corte da Selic
Para a consultoria Capital Economics, é preciso observar o comportamento da massa salarial
A perda de ‘ímpeto’ dos serviços – apontado como vilão da inflação tupiniquim – sobretudo a partir de agosto último, embora tenha animado analistas e economistas, em geral, ainda está longe de ser uma justificativa suficiente para que o Banco Central (BC) aumente o ritmo dos cortes da Selic (taxa básica de juros), agora reduzida a 12,75% ao ano. A ponderação consta de estudo da Capital Economics, empresa de pesquisa econômica independente, com sede em Londres (Reino Unido).
Com a desaceleração, de 0,25%, em julho, para 0,08%, no mês passado, os serviços acumulam agora inflação de 5,4% em 12 meses, o que corresponde ao menor resultado, desde janeiro do ano passado. Já os chamados ‘serviços subjacentes’ igualmente encolheram, de 6,1% para 5,5%, no mesmo comparativo. Em todos esses casos, a variação supera o teto da meta de inflação para este ano, de 4,75%.
Ao estimar que os serviços no mês passado cresceram 0,1% na margem, o economista-chefe para mercados emergentes da Capital Economics, William Jackson entende que “em termos de anuais, os preços de serviços atingiram o piso de 5,4% em 19 meses”.
Segundo o diretor de pesquisa econômica da Pezco, Helcio Takeda, “se a gente seguir com essa dinâmica, é bem provável que a inflação de serviços encerre o ano em torno de 4,5%, o que já entraria no intervalo da meta”, observa, ao comentar que “isso traz algum conforto e segurança no sentido de que a atuação de política monetária está sendo eficiente”.
Entre os itens que compõem o setor de serviços, Takeda assinala que “da queda de 2,4 pontos porcentuais [da inflação do setor] desde janeiro, estimamos que passagens aéreas respondem sozinha por cerca de 40%”, ao atribuir o fato ao comportamento dos preços da energia e à redução fiscal para as companhias aéreas no início do ano. Segundo ele, tais tarifas ‘teriam contribuído para aliviar preços de pacotes turísticos, que contabilizam outros 5% no declínio da inflação de serviços’.
Em outro ponto de análise, a Capital Economics questiona se o crescimento da massa salarial seria capaz de ‘esfriar’, a ponto de contribuir para a queda dos serviços ao patamar desejado pelo Banco Central (BC), uma vez que há uma relação entre esses dois fatores. Tomando por base o recuo da taxa de desemprego e a inflação passada, a consultoria britânica considera que a inflação dos serviços deverá continuar acima da meta de inflação para 2024, de 3%.
“Teremos uma percepção melhor sobre a avaliação dos formuladores de política monetária na próxima semana, com a divulgação da ata do Copom e do Relatório de Inflação. Por ora, acreditamos que o consenso aponta para inflação e taxa de juros em níveis baixos”, conclui a Capital Economics.
-
Política2 dias atrás
Cidade nordestina pode perder não uma, mas DUAS praias de uma vez; entenda o caso
-
Empresas2 dias atrás
Pizzaria renomada enfrenta crise e pode fechar as portas
-
Criptomoedas10 horas atrás
NFTs: quanto valem hoje os ativos de Neymar e outras celebridades?
-
Empresas13 horas atrás
Mudanças no Outback: sucesso da rede no Brasil CHOCA os EUA
-
Finanças18 horas atrás
Esta cédula valiosa de R$ 50 pode colocar até R$ 4 mil no seu bolso
-
Finanças11 horas atrás
Moeda rara de 10 centavos de 2005 está valendo até 600x mais; veja como achar
-
Imposto de Renda - IRPF1 dia atrás
Imposto de Renda: confira quem recebe restituição no lote residual
-
Bancos2 dias atrás
Banco do Brasil: Polícia investiga fraudes de R$ 40 mi